terça-feira, 27 de julho de 2010

Amor, não amor.

O Amor. Assim, com letra maiúscula, porque esse é o Amor do mundo das idéias, perfeito, platônico e autosuficiente. Aprendi numa aula de Literatura.
Um sentimento que em si, se basta, eliminando, muitas vezes, a necessidade da figura idolatrada.
"Não tenho logo mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada", disse uma vez Camões, traduzindo claramente as intenções deste Amor.
A idéia e nada mais. O desejo, a dor, os sintomas físicos, as viagens todas onde se imagina tantas lindas possibilidades... E a impossibilidade da realização basta. O sentimento basta. Os pensamentos, os suspiros, todo o universo criado basta. O abraço, o beijo, o toque, o cheiro, o alimentar, tudo é dispensável, pois ele se alimenta sozinho.
Este Amor, platônico e intocável preenche o bastante.
No simples "amor" não existe perfeição. Não existe segurança ou certeza alguma e eu não quero "amor".

"I'm not in love, so don't forget it
It's just a silly phase I'm going through"

E eu não quero você.
Eu só quero Amar.