terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Volta.

Deitei na cama e senti uma coisa estranha.
Eu, tão avulsa, que não gosto de ninguém grudado em mim, senti falta de alguém, bem pequenininha, dormindo agarrada comigo como ontem.
Foi um vazio, um buraco. Não consegui dormir e senti o líquido quente e desagradável me chegando aos olhos novamente.
E é isto. É exatamente isto que eu vou sentir a partir desta semana: um vazio, um espaço em branco, uma falta do seu calorzinho, da sua presença, uma vontade imensa de chorar sua falta todos os dias.
A falta dos teus sorrisos lindos, das nossas gargalhadas deliciosas, das nossas histórias mirabolantes sem fim, dos nossos planos, nossos olhares, nossa compreensão mútua e tão simples, nossa cumplicidade, nossas loucuras... todas, todas, todas elas! Nosso carinho, nosso cuidado uma com a outra, nossas broncas, nossas semelhanças e diferenças, uma por uma.
Queria ser capaz de te dar o melhor que eu pudesse, assim, fazendo o que eu gosto que é escrevendo, fazendo algo divertido que resumisse o que você significa pra mim, mas...
Como é certa e imensa esta sensação de que as palavras, essas que eu tanto amo, são poucas, ridículas, insignificantes, perto de tudo que a gente viveu juntas, perto de todos os segundos perfeitos que você me deu, perto de todos os meus sorrisos e de um dos melhores anos da minha vida só pelo fato de ter você fazendo parte dela.
Eu não consigo falar, mas eu sei que você sente. Porque o que é nosso (e eu vou fazer tudo que puder quanto a isso) será nosso pra sempre.
Vai, meu amor. Mas volta. Porque você faz parte do meu futuro.
Eu te amo pra sempre, meu pedacinho, minha bijuzinha, minha “Andressa Bracho”.

http://itsnotmybusiness.tumblr.com (tem coisinha no tumblr também)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Obrigada, 2010

Li nesta manhã um texto do Caio Fernando Abreu que me tocou imensamente. Tocou-me de forma intensa, arrepiou-me todo o corpo e impediu-me de ler ou fazer qualquer outra coisa. Não pela identificação, mas pela falta dela.
Há pouco tempo atrás talvez eu sentisse com plenitude todos os sentimentos descritos ali, mas hoje, sinto apenas ausência daquilo tudo.
O texto fala sobre “A Grande Falta”, sobre um buraco imenso que nos preenche. Um buraco que carrega muito em sua ausência, e sobre essa falta de esperança, de futuro, de amor, de alegria, ou qualquer coisa assim. Intermitente como febre, com pequenos intervalos de vida e grande permanência do nada.
Hoje não. Hoje eu tenho plenitude e não falta, exteriorização e não introspecção. Hoje escrevo por amor, a alguém ou à arte de escrever e não por dor. Essa falta de identificação com este texto me fez pensar. Sinto falta deste sentimento SIM. Sou uma melancólica por natureza, mas experimentei coisas lindas com esta ausência.
O ano de 2010 foi (e tem sido) incrível pra mim. Foi o ano da presença, foi um ano onde laços se refizeram e outros se criaram, foi o ano em que esqueci o “grande amor da minha vida” e me apaixonei por outra pessoa, foi quando ganhei amigos incríveis e descobri aqueles que não eram nada disso.
Foi o ano em que tive menos presença física da minha melhor amiga, mas quando a senti mais perto do que nunca. Foi quando se firmou o amor imenso e a amizade incondicional que tenho por ela e pela irmã maravilhosa que ela tem.
Foi quando eu ganhei a “preta” e a bijuzinha de presente. Os melhores presentes do ano, sem dúvida!
Quando tive certeza absoluta de que o punk que eu juntava bêbado na rua pra levar pra casa era mais um irmão do que qualquer outra coisa, que meu irmão era mais meu melhor amigo que qualquer outra coisa e que minha cunhada era um tesouro pra eu carregar pra sempre.
Me apaixonei. Não fui correspondida. Até essa dor diária que carreguei por meses foi linda e por ela sou grata. Por todas as vezes que eu me perguntei “why do you build me up, buttercup baby?”, por todos os acordes da Amy Winehouse que me comoviam, por todos os textos que me rendeu, pelas noites divertidas tentando exorcizá-lo, pelas amizades que firmei, pelas garotas, todas incríveis, lindas, maravilhosas, pacientes, me ouvindo reclamar, e elas mesmas, xingando o pobre coitado que nem sabia o que estava acontecendo ou o porquê de ser tão diariamente amaldiçoado.
Fui mulher o bastante este ano. Pra amar, pra entrar num cursinho, pra tentar Medicina a esta altura do campeonato, pra estudar todos os dias, pra conviver com pessoas muito mais novas que eu e descobrir, num ambiente tão diferente do meu habitat, pessoas maravilhosas (inclusive algumas das amigas lindas que me ouviam reclamar, dia após dia, a minha falta de correspondência) e de quem vou sentir muitas saudades.
Foi o ano em que vivi pra fora. Em que fui muito menos egoísta e que mais senti o que era a viver, com todos os seus trancos e barrancos e adorei!
Ganhei uma família nova morando em outra cidade, com uma mãe (quase) tão incrível quanto a minha e aprendi a conviver e a amar alguém tão diferente de mim e tão valiosa.
Minha banda. Outra coisa que não fiz pra mim, mas que tive pulso para enfrentar. Eu, que nunca me imaginei tocando um instrumento num palco e muito menos cantando, hoje sinto um amor gigantesco pelo que faço, um brilho nos olhos e uma felicidade muito saudáveis.
Eu fui feliz em 2010, muito feliz. Fui criança, fui adulta, fui eu mesma em plenitude aparentando ser mais superficial do que a garota intensa e amarga de antigamente, mas muito mais radiante. E foi bonito e me acrescentou coisas incríveis. Amadureci mais este ano do que nos últimos quatro ou cinco todos de uma vez.
Sou grata a 2010 por tudo que vou levar pra minha vida.
E a vocês, amigos, um muito obrigada com lágrimas nos olhos, por cada segundinho de riqueza que vocês me deixaram este ano. Eu amo vocês.

P.S.: A quem interessar possa: O texto chama-se "Transformações" e pertence ao livro "Morangos Mofados". Vale a pena ler, é lindamente incrível! =)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Patrícia Alvino

Ele não sabe meu sobrenome.
Ele desconhece algo que me define como pessoa.
Não estou supervalorizando o “nome de família” de ninguém, não é isso. É que meu sobrenome é mais do que isso. Eu sou a Patrícia Alvino! Eu não sou a “Paty” pra ninguém. Todo mundo, desde meros conhecidos a pessoas que me amam profundamente, me chama assim, sou conhecida assim, essa é minha alcunha ofical. E é como eu me enxergo como pessoa adulta.
Quando criança eu odiava meu sobrenome e escondia de todos minha assinatura. Hoje eu sou completamente Parícia Alvino, cheia de orgulho e amor por quem eu sou. Esse nome separa minha imaturidade de dias mais centrados. E ele não sabe meu sobrenome.
Este que está estampado no meu twitter, orkut, msn. Sim, eu uso meu sobrenome no msn, porque essa sou eu hoje: a Paty acompanhada do Alvino. Ele me tem adicionada em todas as redes sociais e não sabe meu sobrenome.
A gente sabe que pode significar pouco na vida de alguém, mas nunca esperamos ser total e completamente ignorada pela pessoa de quem mais queremos apreço, atenção, carinho, preocupação ou no mínimo, delicadeza.
Dar-se conta de que entre você e um cão latindo, ao menos o cão incomoda, é de uma dor inexplicável, é de uma solidão na alma, uma escuridão, uma bacterialização... Não, bactéria incomoda.
Oi, eu me chamo Patrícia Alvino. O engraçado é que seus amigos sabem disso, um deles até me chama, carinhosamente, de “Alpino”. Eu tenho nome e sobrenome. Tenho família e amigos que me amam. Sou cheia de características bacanas, tenho personalidade marcante, muito bom-humor, raramente reclamo da vida e sou ótima companhia. Tenho medo de anões e aranhas, gosto de rir, ler, escrever, e tocar com a minha banda. Sou bonita, inteligente, estilosa e jamais passo em vão na vida de alguém, nem que seja pra deixar uma marca ruim.
Eu sou a Patrícia Alvino. E se este nome não significa nada pra você, precisa começar, ao menos, a fazer mais sentido pra mim.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O texto "malandro" que escrevi pra você.

Seu corpo colado ao meu. Seu corpo quente, macio e esse seu cheiro misturado ao meu. Minhas mãos ávidas emaranhadas em seus cabelos, esses seus cachinhos que te deixam com esse aspecto inocente que você tem. Sua boca. Enorme, carnuda, suculenta, devorando a minha, enquanto minhas pernas se entrelaçam com as suas, enquanto minhas pernas roçam nas suas e pedem, com movimentos lentos e incessantes por mais um pouco de você.
Sua respiração nos meus ouvidos se alterando conforme meu corpo cola ainda mais ao seu. Nossas mãos deslizando pela nossa pele totalmente desprotegida, exposta, debaixo de uma luz suave, cada milímetro de pele desnuda sentindo os milímetros da outra pele. E as respirações se alterando ainda mais.
E você sobre mim, seus olhos nos meus, suas bochechas ainda mais róseas e sua boca apenas encostando-se à minha, num beijo incerto de quem já sente um prazer mais profundo, de quem já se deixou perder entre minhas pernas.
Meu corpo se movendo agora em ondas, em tremores, e minhas unhas cravadas em suas costas ainda mais quentes que antes, e o som de nossos gemidos se encontrando ali, naquele pequeno pedaço de mundo que por este instante e só por este, tornou-se absolutamente nosso.
Pela sua pele, pela sua boca, pelo meu corpo colado ao seu, pela minha pele misturada à sua, é que eu tomo toda a coragem que preciso pra te pedir: seja meu por uma noite apenas. Isso deve me bastar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre ceticismo e outras crenças.

Sou cética. Não acredito no amor, na monogamia, na fidelidade. Não acredito em Deus, ciganas, simpatias, vida após a morte. Sou cética e infiel, cética e descrente, cética e realista.
Mas jogaram um feitiço em mim. E eu falo sério! Um feitiço de amor!
Num belo dia, ou melhor, numa bela noite de lua cheia, uma amiga se abriu comigo. Me contou de uma paixão intermitente que não a deixava em paz, que tirava o prumo, a concentração, a vida! E eu ri. e eu achei um absurdo devotar-se assim a alguém e a critiquei e a repreendi e me senti imensamente confortável em meu seguro iceberg sentimental onde nada nunca poderia me atingir.
Poucos dias se passaram até o feitiço se instalar, mas ele foi implacável! Eu me apaixonei sem ao menos tocar a figura em questão. Só depois o beijei. Um beijo ridiculamente intenso pra mim, onde os lábios dele me envolveram de tal forma que eu perdi a noção de tempo e espaço. E nunca mais a encontrei.
Eu sou cética, eu não acredito em nada. Mas hoje mesmo eu vou fazer uma simpatia pra tirar esse feitiço de amor de dentro de mim. E que Deus e a Sete-Saias me ajudem!

"magina ;]"

"Tenho vontade de te falar certas coisas mas nunca crio coragem". Dita esta frase, ela baixou em mim agressiva e o sentimento inchou de tal forma que fugiu dos limites do meu corpo. Não pude mais conter meus pensamentos auto-multiplicantes querendo escapar pela minha boca, olhos e dedos. Respirei fundo e deixei sair. E veio com tudo, sem filtro, sem medida alguma, sem eufemismos.
"Eu estou apaixonada desde o primeiro momento em que ouvi sua voz... Sou tão fiel a este sentimento que me tem sido impossível querer outro alguém, logo eu, polÍgama por filosofia. Você é tão grande que às vezes me sufoca... Eu só queria que você soubesse..." E terminei com "Obrigada por me ouvir". Em troca recebi um "magina ;]". Um "magina" seguido de mais uma de suas carinhas ininteligíveis. Um "magina" que não se deu ao trabalho de incluir seu "i". Isso foi tudo e isso vai ser tudo. Esse minúsculo "magina" é o que eu tenho pra colocar dentro desse buraco de dimensões incalculáveis que ficou em mim depois do meu surto de coragem. E tenho de ser grata, porque eu não pedi nada e ainda assim ganhei um "magina ;]".
Os beijos, os abraços, os sorrisos, os carinhos, as declarações de amor, as bochechas insuportavelmente rosadas... Tudo isso é "dela". Por merecimento, acredito. O que "ela" tem eu nunca vou nem conhecer. O que eu tenho, o que eu mereço, é o "magina", e por ele, obrigada, meu bem. Vou me pôr no meu lugar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Espera.

*Este é um daqueles textos que a gente escreve com certeza absoluta de que não vai mostrar pra ninguém. Escrevi já faz uns meses e hoje achei-o sem querer. Me deu voltade de postar porque vi que pouca coisa mudou dentro de mim desde então. Eu disse "pouca coisa" e não nada. Algumas coisas mudaram sim. Principalmente a forma como enxergo esta minha "não-relação", hoje com mais tranquilidade. Tanta tranquilidade que não tenho mais vergonha de mostrar como me sinto.

Odeio isso, odeio essa sensação que você me causa!
Esse frio na barriga, boca seca, coração disparado, sensação de morte iminente e não paixão(ridículo!).
Essa ansiedade infernal, essa espera por ouvir algo de você que não seja uma risada de alguma besteira que eu disse ou uma resposta simples e curta pra algo que perguntei.
Ou uma caretinha composta por pontos, vírgulas e símbolos que eu nunca entendo o significado.
Odeio assistir seus vídeos no youtube com cara de idiota, adorar toda música que você faz e desejar que algum dia você faça uma pensando em mim.
Odeio mais do que tudo essa espera:
Esperar o dia todo pra ver se você fica online,
Esperar um recado seu no meu Orkut,
Um Twit que me faça pensar que você se lembrou de mim durante a tarde,
Esperar você falar comigo no MSN, esperar que você me responda, esperar que você me pergunte qualquer coisa que demonstre o mínimo de interesse por mim.
Esperar que você me toque quando estou perto de você. Que me toque pra qualquer coisa, que me toque pra falar qualquer bobagem que não me interessa no meu ouvido. Esperar um abraço, esperar um beijo...
Você veio pra mim em forma de tortura medieval das mais requintadas!
Você me dá dor de barriga, você me dá uma fome insaciável e eu to ficando gorda!
Você me dá angústia e você me dá euforia gratuita fora de hora... Como agora, que já está há 10 minutos sem escrever nada na minha janelinha. E isso me irrita imensamente, isso me deixa ainda mais chata do que já sou, isso me torna impossível de ser aturada por qualquer pessoa!
Agora vou fingir que vou dormir... Vou ter que sair da frente dessa merda de computador porque a espera que vem com você me enlouquece aos pouquinhos!
Ainda não saí, não sou capaz... Mas fico olhando pra sua janela, pensando mil e duzentas vezes em falar com você, morrendo de medo de te incomodar!
É que... A verdade é que eu não sei jogar xadrez, eu não sei jogar quase nada! A não ser sueca que ganha quem perde. Eu tenho medo, eu não sei fazer, eu sou direta demais!
Por mim eu abriria sua janela e diria: que vontade de te ver, que vontade de te beijar de novo! Que vontade de receber um telefonema seu, uma mensagem, um toquinho, qualquer coisa durante o dia! Que vontade que você pensasse em mim um pouquinho como penso em você, que vontade de você ter vontade de mim!
Mas eu sou incapaz... E vou ter que ir pra minha cama pensar em você até dormir. Com mais uma derrota no placar do jogo eu versus você.

Boa noite.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amadas palavras.

Acredito das letras e na linguagem. Acredito que o vocabulário de uma pessoa possa dizer muito sobre quem ela é e que cada palavra proferida por ela seja parte integrante de sua personalidade.
Meus amigos são exemplos incríveis desta afirmação, já que criamos para nós uma espécie de dialeto, com palavras características que nos doem nos ouvidos quando vindas de pessoas de fora do círculo. Elas determinam a nossa unidade e compreensão mútua. Elas são "nossas"!
Por causa desta minha paixão e crença nos vocábulos, eu acabo levando ao extremo minhas observações, variando do amor ao ódio por palavras específicas usadas por pessoas importantes pra mim e isso acaba virando um souvenir que carrego para, novamente, adorar ou detestar um pouquinho mais um certo alguém.
"Apenas", ela usa. Usa muito nos finais das frases e todo "apenas" que eu ouço acaba me lembrando ela. Palavra comum, nada de neologismos ou colocações hiperbólicas ou metonímicas. Só esse uso da palavra "apenas" nos finais das frases. E isso faz com que eu goste dela ainda mais.
"Enfim" é absolutamente a cara dele. Quando não tem mais o que dizer, quando quer concluir um assunto de forma a sair por cima e não receber mais respostas, ele usa o reticente "enfim" como ponto final e isso me é extremamente irritante!
"Demorou!" Todos eles usam. Engraçado conversar com um grupo de amigos separadamente e percebê-los interligados pela sutileza das palavras. Acho bonito.
E aí tem as palavras escatológicas que utilizamos para ilustrar o quanto algo foi absurdamente engraçado. E as palavras e termos novos que aprendemos, nos apaixonamos e incorporamos (sempre, claro, com autorização prévia do interlocutor) como o novo e divertido, pelo menos pra mim, "balanga teta" no lugar da já desgastada "balada".
E as irritantes expressões inexpressivas e monossilábicas com cara de gente arrogante que utiliza o "nem" no lugar de "não, obrigada".
As inventadas, os estrangeirismos colocados de forma adequada e inteligente ou aquelas palavras difíceis e reclusas que só aquele seu amigo meio gênio utiliza.
Tem as nossas preferidas, as odiadas, as gostosas de pronunciar e as que deixam a boca oca, como as de vogais repetidas.
De qualquer forma e vestidas como vierem, me irritando inicialmente ou não, sou uma amante das palavras. E tenho ciúmes delas!
Não consigo aceitar uma "roupa apertada" em alguém, palavra usada sem alma, no invólucro errado. Ao mesmo tempo em que suspiro sorridente por pedacinhos de identidade pulando de bocas por aí.
Chafurde-se de palavras, sem medo de zoonoses. Faça rimas cretinas ou neologismos preciosíssimos. Put yourself togheter e embasbaque com seu galanteio verbal. Et mettre les lettres!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Amor, não amor.

O Amor. Assim, com letra maiúscula, porque esse é o Amor do mundo das idéias, perfeito, platônico e autosuficiente. Aprendi numa aula de Literatura.
Um sentimento que em si, se basta, eliminando, muitas vezes, a necessidade da figura idolatrada.
"Não tenho logo mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada", disse uma vez Camões, traduzindo claramente as intenções deste Amor.
A idéia e nada mais. O desejo, a dor, os sintomas físicos, as viagens todas onde se imagina tantas lindas possibilidades... E a impossibilidade da realização basta. O sentimento basta. Os pensamentos, os suspiros, todo o universo criado basta. O abraço, o beijo, o toque, o cheiro, o alimentar, tudo é dispensável, pois ele se alimenta sozinho.
Este Amor, platônico e intocável preenche o bastante.
No simples "amor" não existe perfeição. Não existe segurança ou certeza alguma e eu não quero "amor".

"I'm not in love, so don't forget it
It's just a silly phase I'm going through"

E eu não quero você.
Eu só quero Amar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

My soul mate

Meu inglês é bem porcaria, malandro, tenta enganar sem sucesso, mas mesmo assim vou postar aqui o que eu tentei fazer pra uma das pessoas que mais amo na vida.
Era pra ser uma música, mas ela perdeu toda rima, toda métrica, todo tudo, porque tinha muita coisa que eu queria falar.
Minha melhor amiga, minha metadinha, minha alma, minha Shane... Esse texto é pra vc.


I wish I could write the sweetest song
The song I hear deep in your eyes
I wish I could write a beautiful song
The song I feel when you laugh in my heart.

I wish I could thank you
For the hands you extended to me
I wish I could give you back
The pretty smile that clears my soul

Every time we dance like no one other
Every time we cry or laugh about nothing
Every time we hold each other thigt hopping never let go
Every promise we do to belong each other

All this colors, all this colors you offer to me
And the soft cotton candy smell you have
You’re my favorite part of me

I feel full when I simple hug you
Full when I listen to your pretty voice
Full just to sit beside you
Full just to know you’re alive

And we both like this
Together for what we show and even more for what we hide
For what we are and for what we pretend to be
For everything we love
And for everything we never want to feel anymore
You’re my soul mate
And I know that’s forever.


Love you, brother.
=)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Não é bem assim.

Tudo bem, talvez eu tenha problemas com clichês afetivos. Mas sei que sou alguém especial o suficiente pra não merecer ser queimada na fogueira.
Sou alguém que já fez uma tatuagem em homenagem a um grande amor.
Já fiz inúmeras lasanhas e “chillis” vegetarianos pra alguém que não comia carne. E eu não gosto de cozinhar.
Preparei uma festa surpresa de aniversário onde as convidadas eram apenas eu e ela. Com direito a docinhos, decoração, balões e outra vez, um jantar. Tudo feito por mim.
Pra alguém especial, já costurei, de próprio punho, uma blusa linda de frio. Demorei uma vida fazendo isso, mas fiz com amor. E bordei também, demorando duas horas por letra, “eu te amo” em norueguês nas costas. Só pra ela.
Fiz uma música uma vez. A única música da minha vida até agora. Uma música toda fofa que dizia o quanto eu estava apaixonada. Sou capaz de fazer isso.
Mandei fazer um vestido só pra ir ver alguém que adorava estampa de onça. Acho que essa pessoa nunca soube disso.
Já fiz regime, já mudei cabelo, já passei a ouvir determinada banda só por causa de alguém.
Posso não dormir abraçada, não andar de mãos dadas e ter uma certa independência que até assusta no começo.
Mas eu garanto minha doçura. Sei de muita gente que a garante também. E ela nunca acaba. E ela está sempre pronta pra agradar outro alguém, mesmo que seja uma grande amiga.
Dare you to love me. Are you ready?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dá um ar!

Não, eu realmente não gosto de andar de mãos dadas na rua.
Tenho dentro de mim, duas garotas: aquela que faz o que todo mundo espera e aquela que anseia por fazer sua vontade. Esta última, sufocada, apavorada, por saber que ao se revelar, mandaria todos que a cercam pra bem longe.
Sou simpática depois do sexo. Sorridente, brincalhona, às vezes bem carinhosa e acolhedora. Mas eu detesto! Como eu realmente gostaria de ser? Gostaria, com todas as forças do meu ser, de vestir minhas roupas, imediatamente e ir embora, a pé mesmo, independente da distância que pretendo percorrer. Se estiver na minha casa, a vontade não é muito diferente, só invertem-se os papéis: “Pronto, acabou, coloque sua roupinha e vaze! Não, não vou descer com você, está bem quentinho aqui. Mas deixei a porta aberta, ok? Beeeeijo, querida (o), tchau!”
Sou legal e retribuo beijos e abraços numa noite de festa onde um “peguinha” qualquer e eu nos encontramos. A vontade é muito simples: “Upa, *abraço e beijo*, estava com saudades? Ah, eu também, coração! Já deu pra matar? Toma teu rumo e por favor desgruda de mim! Obrigada!”
Dormir... Deeelllsss, dormir é o que há de mais insuportável pra mim. POR FAVOOORR, DESGRUUUDAAA! Eu detesto abraço na cama, eu detesto conchinha, eu tenho horror a ouvir a respiração de alguém e mais do que isso, de sentir o calor deste alguém. Eu te disse que era legal dormir com você? Eu menti!
Isso, pronto, confesso: eu minto! Eu minto bastaaaante, mentiras fofas, pra parecer que eu sou humana, como as outras pessoas. Mas eu não sou. Eu não gosto do seu abraço, eu não gosto de mil beijos seguidos, eu tenho um pavor seriíssimo a demonstrações de afeto públicas, não gosto que fiquem me pegando, beijando ou similares enquanto eu tento interagir com outras pessoas. Resumindo: eu DETESTO que tolham minha liberdade, principalmente se esta atitude for demonstrada de maneira física.
Sou a famosa pau-no-cu, sou chata, sou fria, sou mil coisas. Tenho, tenho coração sim, mas ele se expressa discretamente.
“Me dá atenção”, “me dá moral”, “fica comigo mais um pouquinho”... Ninguém me pediria isso se soubesse a tortura que é pra mim ficar desempenhando um papel que não é meu.
No momento, o dilema: como equilibrar o que eu sou com o que as pessoas esperam de mim? Não, eu não posso apenas ser eu mesma, sou apenas meio geladinha, não sou vazia o bastante pra querer ficar sozinha. Gosto de presença. Presença com espaço, presença com respiração.
Será que existe alguém aí fora que me entenderia e daria o devido valor às minhas demonstrações de carinho nada convencionais, sem cobrar de mim o comum?
Confesso que, no momento, não tenho acreditado muito nisso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

E era lindo.

E era lindo... E era leve. E tudo ao nosso redor era lindo e leve. Nós ríamos muito, nossa, como ríamos! Ríamos um do outro, ríamos dos outros, ríamos na rua, ríamos nas reuniões de amigos e ríamos na cama. Como ríamos na cama! Quanta coisa descobrimos juntos na cama. Meu Dog, eu te chamava, meu Chocolate, quem me chamava era você.
Nós tínhamos os mesmos amigos e nós fazíamos tudo juntos. Ao mesmo tempo que tínhamos outros amigos e respeitávamos o espaço de cada um. Como era linda a forma como nos respeitávamos, única, só nossa.
E contávamos tudo um pro outro, confiando na tolerância, na paciência e na compreensão do outro. E nós nos entendíamos e nós nos abraçávamos e nós éramos colo, perfeito, confortável e exclusivo um do outro.
Você me compreendia como ninguém nunca compreendeu. Eu não gosto de andar de mãos dadas. Você gosta. Você respeitava. Você de vez em quando usava drogas. Eu não gostava. Eu te compreendia. Éramos cúmplices, éramos amantes, éramos os namorados perfeitos.
E na cama, de novo. É impossível não lembrar de novo da nossa unicidade na cama! Do quanto era perfeito, divertido, engraçado, gostoso transar com você. De como brincávamos, de como você ria da minha inocência, aquela que só você conhecia, porque eu não tenho a menor cara de inocente. De como você me ensinava tudo... De como que eu te ensinava um pouco.
Do cheiro e do gosto de chocolate. Dos seus conselhos incríveis que ninguém, olhando pra você, sempre brincalhão, imaginaria que fosse capaz. Você era sábio comigo. Como ninguém nunca foi.
Eu sinto sua falta, Dog, de uma forma que eu não sei nem falar. De uma forma que... Só me enche os olhos d’água agora, falando de você e todas as vezes que eu falo de você pra nossa melhor amiga. Até isso, NOSSA melhor amiga é a mesma.
Eu realmente não consigo entender o porquê deste ódio que você carrega a meu respeito, essa sua preferência por não cruzar os seus olhos lindos com os meus, essa opção de não me dar mais o sorriso mais bonito do mundo, que, sem dúvida nenhuma é o seu.
Mas, mesmo assim, por ainda querer um olhar seu, eu te peço perdão.
Me perdoe por não andar de mãos dadas com você.
Me perdoe por às vezes agir mais como sua amiga do que como sua namorada, mas isso era só porque eu achava que éramos tanto um como outro.
Me perdoe por ter te machucado tanto antes de namorarmos, ficando com um amigo seu. O que não me trouxe nada além de dor e arrependimento.
Me perdoe por ter terminado com você antes de eu ser internada... Eu realmente achava que isso era o melhor pra você. Eu não te ouvi quando disse que queria me ajudar. Me perdoe.
Me perdoe por ter namorado o ex-namorado da sua namorada... Não foi de propósito, eu não acho bonito o que aconteceu.
Me perdoe pela briga boba e infantil que eu tive com ela. Mulheres são, muita vezes, bobas e infantis. Ela é uma menina bonita e legal, foi besteira nossa.
Me perdoe por ainda querer um sorriso seu. É que... Eu nunca te esqueci.
Eu te amo, meu Dog, seu lugar no meu coração é ridiculamente eterno.
Um dia eu ainda ganho um abraço seu. E isso, só isso, acho que já vale pro meu coração parar de chorar sua ausência.
Se cuida.
Seu chocolate... Pra sempre.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Procura-se

Procura-se um amor que não goste de maconha. Isso, exatamente: maconha!
Tenho sérios preconceitos contra maconheiros, maconheiros mesmo, não contra quem usa esporadicamente, eu digo pessoas que fazem da vida uma eterna viagem de beck, que acham que um filme só tem graça se estiver chapado, que um show de rock não é nada sem uma brisa, que falam muito sobre esse assunto, que acabam considerando a maconha uma religião, tão sagrada, que passa a ser melhor que o próprio sexo pra essa categoria de seres humanos. Acho imaturo, acho incoerente, acho vazio. Deles, quero absoluta distância! Até porque, me permito a ter pequenos preconceitos.
Procura-se alguém que não goste de rave, que não goste de drogas em geral e que consiga enxergar o quanto é sem nexo pessoas pularem durante horas a fio diante de um som, muitas vezes, pobre e repetitivo.
Quero alguém que curta rock ‘n roll. De qualquer tipo, de qualquer década, que conheça um pouco do que gosta e possa discursar horas sobre o assunto quando eu não souber do que a pessoa fala. Que goste de show de rock. Que goste de barulho de rock.
Alguém que seja pareceria pra uma cerveja no fim da tarde e pra muita cerveja no fim de semana. Alguém que continue agradável depois de beber e que de maneira nenhuma pense em dirigir qualquer coisa motorizada depois disso.
Tem que gostar de gatos, também. Pra mim, o apreço aos felinos ultrapassa a máscara do que parece ser. Acredito que pessoas que gostam de felinos são infinitamente mais sexys, mais confiantes e cultivam a individualidade.
Individualidade. Essencial, primordial, fundamental! Quero alguém que respeite meu espaço, que me dê tempo pra ficar com a minha família, meus amigos ou apenas com meus livros. Quero alguém que precise ficar apenas com seus livros de vez em quando. Quero muito alguém que goste de ler.
Alguém divertido, capaz de pensar junto comigo nas coisas mais imbecis, nas soluções mais inusitadas pra problemas comuns e que consiga enxergar as coisas, as pessoas e as ações das mesmas com uma certa profundidade cômica e exagerada. Adoro exagero, adoro bom humor.
Quero que este alguém faça carinhos em minhas futilidades. Quero alguém que saiba se vestir e me surpreenda todo dia com sua beleza e bom gosto.
Tem que ser bom ouvinte, porque sou ótima falante, mas também tem que ser falante, pois sou excelente ouvinte.
Tenho que aprender, e muito, com quem está do meu lado.
Tenho que admirar de forma única, qualidades raras que a pessoa carrega e isso se trata de qualquer coisa!
Pode cantar no chuveiro, tocar trompete, escrever muito bem ou ser bom em cálculos matemáticos.
Procura-se alguém independente. Alguém sem cobranças, sem carências absurdas, alguém que aprecie um ar pra respirar. Eu preciso de ar e eu adoro dar ar. Alguém que considere este meu certo desapego uma qualidade e o utilize pra me encher de elogios na frente dos amigos. Que jamais me cobre ciúmes ou posse. Eu não dou e eu não aceito receber.
Alguém maduro. Alguém maduro o suficiente pra achar tão divertido tomar um vinho sentado na calçada apreciando a lua quanto um jantar em um restaurante chiquérrimo regado a champanhe. Alguém sem preconceitos. A não ser os pequeninhos a que a gente se permite, como não gostar de gente que fuma narguilé na rua. Adoraria alguém com este preconceito. Mas aberto, de bom coração e de uma compreensão mágica quanto a todas as outras coisas que seria normal odiar... Quero um ser humano cabeça aberta. Um menino que pegaria outro menino, ou uma menina que pegaria meninos também. Quero fluir na vida e quero este alguém do meu lado.
Quero amor, quero respeito e quero tanta segurança e admiração (tanto de uma parte quanto da outra) que o ciúmes seja apenas uma palavra que a gente já esqueceu o significado, e a posse... bom, a posse a gente usa quando estudar história, latifundiários, e etc. Nada pra nós.
Pra nós todo respeito e admiração. O amor vem com o tempo, a amizade também, a paixão pode durar ou não, mas hoje eu sei o quanto preciso de respeito e admiração de duas vias.
Alguém se habilita? =)

domingo, 16 de maio de 2010

Detestável.

Eu te odeio!
Você e seus monossílabos ridículos, os monossílabos e as expressões de “playboy da rave” como “nem”, “beleza”, “de boa”, “foi mal aí”, “vibe”, “bad”, e outras que me recuso a lembrar, porque odeio.
Esse seus ciúmes besta. O sentimento que, na maioria das vezes, é o responsável pelos seus monossílabos.
Você e seus amigos. Você levando todo mundo pra casa, passada de bêbada, colocando sua vida em risco e batendo o carro dentro da própria garagem. Odeio suas amizades.
Sua gargalhada alta. Eu tenho horror a gente que gosta de chamar a atenção e você, tão pequena, é bem assim.
Mimada, ardida, teimosa, que me convence a fazer tudo o que você quer! Eu me sinto abusada e violentada depois disso. Sempre!
Aí tem seu perfume. Esse cheiro viciante que fica em mim quando eu te abraço e me deixa meio burra.
Seu sorriso. Que ódio que eu tenho de não conseguir esconder o brilho nos meus olhos quando você sorri pra mim.
Esses seus braços pequenos demais, que adoram me colocar no seu colo pra me deixar protegida.
E seu jeito descontraído e inteligente que me entretém por horas sem enjoar, me impedindo de ir embora, mesmo quando eu quero ir.
Você e essa mistura mal feita de qualidades e defeitos, você e tudo isso que eu amo e detesto, principalmente as coisas que detesto em todo mundo e são tão suas!
Você ainda é a pessoa que eu mais quero odiar, você, é a dona do meu esforço diário pra apagar um pedaço da memória, como quem quer parar de comer brigadeiro ou parar de beber, como quem fuma o último cigarro.
Deve ser a amídala. Dizem que a amídala cerebral é a responsável por esse inferno que é sentir falta do cheiro. Espero ansiosa pelo dia em que poderemos fazer amidalectomia pra isso também.
Você... Aargh, VOCÊ!
Você é detestávelmente impossível de esquecer.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Passa.

E é isso, é exatamente isso que me incomoda: essa coisa de virar um ser humano do dia pra noite, essa coisa toda de sentir, de pensar, de pensar em alguém e de pensar em mim mesma, de me reconhecer como indivíduo defeituoso que sou, que somos todos nós.
Porque a verdade é esta, a verdade não é você, a verdade sou eu.
A verdade não é sentir falta do seu cheiro, do seu cabelo, do seu beijo, do seu sorriso e do seu jeito bobo de ser a criança que é. Este não é o problema maior, isto eu relevo, eu entendo, eu controlo numa boa.
A verdade, nua, crua e cruel, é perceber a mim mesma. É perceber minha carência imensa, minha necessidade de pequenas manifestações suas pra mostrar que pensa em mim, que me tornem um indivíduo defeituoso, porém querido por alguém, ocupante de um espaço nos dias e nas noites de alguém.
Reconhecer a mim mesma, assim, como ser humano e não como o robô celibatário que tenho sido, que tenho empurrado goela abaixo de quem me cerca e, mais importante que isso, de mim mesma, é essa verdade que incomoda, que fere, que irrita, mais do que tudo ela irrita, irrita imensamente, essa revelação minha para mim mesma, isso me irrita!
Mas não tem problema, tudo passa. Ser humano passa. Esperar uma mensagem sua, um recado, uma notícia, passa. Não ser importante na vida de alguém com um abraço tão gostoso, passa. Eu passo. E volto a ser mecânica, gelada, metálica.
Eu gosto de mim assim.
O que você gosta, o que os outros gostam, o que é correto e agradável, o que me torna fofa, amável, humana... isso tudo passa.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Chafurde-me.

Tenho em uma das gavetas do meu criado-mudo, ao lado da minha cama, anotado em um bloquinho, a sua palavra preferida.
"Chafurdar".
Só pra eu nunca me esquecer de tudo que me encantou em você, pra eu nunca parar de trazer à memória, todos os dias,o quanto você é única e incomparável.
Me desculpe por ser quem sou. Me desculpe por ser dark and twisted inside. Me perdoe por não poder ser quem você merece.
Obrigada por ser quem você é.
Saudades.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Celibato.

Eu sei que parece que me deu uma pane. Que estou pifada, estragada e quebrada como ser humano, mas eu estou feliz assim. É que agora eu tenho essa coisa, essa coisa toda nova pra mim e pra todo mundo: não quero mais sexo, tô irritada com o sexo, tô com a Lady Gaga que, eu sei, é surtada, mas atualmente é a única maluca que me entende, achando o celibato uma boa idéia.
Teve esta última vez que eu transei e ela foi realmente errada. Errada, estragada e prejudicial. E isso já foi há um tempo atrás, bêbada como nunca com um ex-namorado bêbado como sempre, numa relação sem lembranças, sem vontade, sem motivo algum a não ser a nossa quantidade de álcool no corpo. E aí eu chorei. Chorei por umas duas horas sem parar e desabafei, falando coisas que, é óbvio, eu não me lembro... E nem ele.
Depois disso nada me sobrou e eu não vou atrás de nada. Tenho no meu convívio as duas EX: a ex-namorada e a ex-possível namorada. Com elas não, não sou capaz de transar com nenhuma delas. O sexo acaba envolvendo coisas demais, tendo conteúdos demais, sendo capaz de desencadear brigas demais e eu prefiro ficar só com a parte boa delas. São dois corpos, totalmente diferentes, mas que carregam o mesmo aviso na frente do rosto. Um cartaz, onde já conferi, contém tudo com o que não sei lidar num relacionamento, todas as cobranças que não sou capaz de corresponder, com um giroflex vermelho gigantesco e uma sirene que grita “PERIGO” toda vez que me aproximo de uma delas. (Acho que isso torna o meu celibato algo duplo: o celibato sexual e o afetivo. Pessoas estão me dando dores nas entranhas!)
Aí dizem que os remédios pra minha saúde mental podem ter diminuído meu apetite sexual ou talvez todos os quilos que eu ganhei tomando os mesmos remédios tenham me deixado insegura. No fim, eu sei que pode ser tudo isso, mas gosto de pensar que não é nada disso. No fim eu sei que com a saúde mental no lugar, prezo muito mais pela minha saúde sexual, afetiva e, finalmente, depois de anos de relacionamentos frustrados, fecho-me em minha concha para apreciar nada mais do que a minha própria companhia e, eventualmente a dos meus bons amigos.
E querem saber? Estou mais feliz sem sexo nenhum do que nunca fui com a presença dele.
Um brinde à minha solteirice, ao meu “celibato” e, principalmente, à minha saúde!
Cheers!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tenho medo.

Tenho medo do escuro. E de cachorro também. Morro de medo de andar de bicicleta e de skate. Tenho medo de rodas. Eu ando a cidade inteira, mas meu coração dispara quando eu desço a rua de casa. Medo. Tenho medo da rua da minha casa. Tenho medo de doenças, em especial, de câncer. Tenho medo de ver alguém que eu amo muito sofrer. Tenho medo de altura. Tenho medo de aranha, mandruvá e qualquer outro bicho peludo. Tenho medo que meu pai morra durante a noite. Tenho medo que minha mãe morra de acidente de carro. Tenho medo que meu irmão adoeça, muito medo, um medo absurdo! Tenho medo de perder um amigo. Tenho medo de atravessar a rua. Tenho medo de dirigir na neblina à noite. Tenho medo de andar de moto. Tenho medo do futuro. Tenho medo de ficar velha, tenho muito medo de rugas. Tenho medo de engordar. Tenho medo de usar drogas, em especial as psicodélicas. Tenho medo de perder. Tenho medo de errar. Tenho medo de tentar, na verdade. Tenho tantos medos, que acho impossível compilar num texto só. Mas de uma coisa eu tenho certeza: nada me apavora mais do que NÓS.
Eu e vc. Isso sim, isso me apavora.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Que ela soubesse.

Lindos e grandes. Claros, de uma cor hipnotizante. Os olhos dela foram o que me fizeram querer saber do resto. Eles tiveram este poder sobre mim.
Demorou, mas numa tarde divertida, assim, durante a semana, eu acabei sabendo do resto... E adorando cada pedacinho dele.
As bochechas eram cor-de-rosa, os lábios carnudos, o sorriso incrível! Ela tinha um jeitinho de andar que era só dela e que eu achei encantador!
Tímida, mas mesmo assim, divertida.
Perdisíssimas dentro da nossa própria cidade! Ela e eu. Talvez pelo frio na barriga que estávamos sentindo por, finalmente, sabermos do resto... E da tensão que carregávamos por não sabermos se teríamos mais que o resto! Pelo menos pra mim, deve ter sido isso.
E andamos, e nos perdemos, e nos achamos.
E num bar vazio, atendidas por garotas que pareciam garotos, assistindo a Britney na TV, soubemos mais que o resto.
Tomamos cerveja, falamos de nós, nos sentimos confortáveis. Tão confortáveis que a eu parei de ouvir a voz dela e comecei a ver aquela boca rosa se mexendo. E aí foi a boca que me hipnotizou. E eu a beijei. E eu adorei. E acabou.
Soubemos do resto, tivemos mais do resto, eliminamos a tensão e... Acabou.
Morro de vontade de encontrar com ela de novo, pra me perder na nossa própria cidade e me deixar hipnotizar pelo claro dos olhos e o róseo dos lábios.
Só... Queria que ela soubesse.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amor de gato.

Eu tenho três gatos, mas eu poderia ter só a Salomé: porque ela é incrível!
Ela está sempre ali. Ela nunca me deixa sozinha, nunca! Às vezes ela deita perto, às vezes um pouquinho mais longe, mas ela está sempre ali. Às vezes me olha com um olhar de reprovação se não gosta das minhas atitudes ou do meu estado de espírito, às vezes me olha só pra dizer “eu tô aqui, ta?”.
Quando ela está longe, ela mia pra me procurar. Eu respondo, ela vem.
Ela me espera na porta do banheiro quando eu estou no banho e às vezes, até dentro do banheiro. Se estou no quarto, ela deita na cama comigo, ou fica apenas caçando mosquinhas pra se divertir, por ali mesmo. E me divertir também.
A única exigência da Salomé são as portas abertas. Ela odeia portas fechadas, ela mia reclamando, um miado comprido e arranha a porta, usa a patinha pra tentar abrir, na sua incapacidade, mas querendo me dizer pra dar a ela a liberdade de ir e vir.
Ela tem disso: muita liberdade. Ela tem os momentos dela e eu os respeito. Ela deita na sua almofada preferida pra dormir ou embaixo da mesa pra “refletir”. E tem o Mathias. Meu gato persa, incrivelmente lindo que é apaixonado pela Salomé. Todo mundo é apaixonado por ela e ela lida muito bem com isso. Muitas vezes ela só quer brincar com o Mathias pra depois voltar a cuidar de mim... E eu respeito.
Minha pequena felina é o exemplo perfeito de relacionamento humano que eu sonho pra mim. Cheio de carinho, cuidado, espaço, respeito e liberdade. A Salomé me ensina, todos os dias, com seu jeitinho discreto de amar, que ter ar pra respirar só faz com que a plantinha do sentimento brote cada dia mais verde, mais linda, mais viva e mais saudável.
Por enquanto é ela. Eu amo a Salomé e ela é minha companhia. Mas eu sei que um dia eu vou encontrar minha “Salomé humana”, que vai entender minha necessidade de espaço, que vai me procurar quando eu preciso sem que eu peça e que vai ser, em sua liberdade, a mais leal das companhias que eu poderia querer.

domingo, 28 de março de 2010

A Bola.

A vida não é fácil pra ninguém, mas cada um tem seu jeito de lidar com ela. Algumas maneiras são saudáveis, outras não.
Pra ela nunca foi. Ela não sabe respirar fundo, meditar, ter um papo amigável com a terapeuta ou com um amigo. Pra ela, é aquela bola. Aquela bola que cresce dentro dela e começa a tirar o ar. Uma bola de poder como dos Super Sayajins, que, aliás, se parecem muito com a configuração física que ela carrega hoje. A bola de poder cresce, cresce e toma conta dos outros sentimentos e dos outros acessos à comunicação que um corpo carrega. Ela fica surda, ela fica cega e ela espera, pacientemente, enquanto a bola a sufoca, pra dar fim a este sentimento.
Um pedaço de vidro quebrado. Ela sempre soube onde guardar, é só dela, de mais ninguém e é impossível de ser encontrado senão pela bola iluminada.
O vidro desliza sobre a pele, com ódio, com força, com tudo o que a bola carrega e a faz ser assim, cheia de poder. Solidão, medo, desprazer, insegurança, tudo! O vidro usa a força da bola magnética e desliza sobre a pele macia, sobre a pele que um dia ela cuidou com cremes, body splashs e perfumes, com filtro solar pra não manchar, com banho de lua pra ficar lindinha. O vidro ignora tudo isso, a bola, que segura o vidro, que comanda o vidro, também. Faz cortes de todos os lados, faz arranhões, escreve aquilo que ela sente e marca na pele. Um dia já foi raiva, desta vez foi “Unloveable”. É assim que ela se sente. Ela e a pele cheia de cremes caros hoje se sentem assim: indignas de serem amadas.
A bola se desfaz num suspiro profundo de alívio. E vai embora, deixando ali as marcas que ela vai ter que explicar ao Universo onde ela pertence, as marcas que vão doer no banho, as marcas que fazem, algumas pessoas chorarem e outras pensarem que ela é apenas uma adolescente tardia tentando chamar a atenção.
Só a bola é capaz de compreendê-la, só o suspiro aliviado de quando a bola se desfaz é que justifica cada minuto, cada ato, cada pedaço de vidro.
“Um dia isso vai acabar”, ela pensa. Mas cada dia a bola ganha mais poder e se torna mais assustadora. Um dia, talvez, ELA vá se acabar... Nisto sim, ela acredita.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Bissexual... sem rótulos.

A revista Gloss deste mês trouxe uma matéria interessante sobre bissexualidade, algo que mexeu muito comigo, já que esta é uma reflexão minha constante.
Andando por entre os gays, sempre fui muito criticada por pegar meninos de vez em quando e, entre os heteros, olhada com espanto por beijar as garotas. Todo mundo querendo me rotular, todo mundo querendo me puxar, cada qual pro seu lado, como se os times ganhassem força com a permanência de um membro a mais.
Nunca gostei de labels e não uso eles pra nada, mas é incrível como me perturbava essa coisa: sou lésbica? Sou hetero? Um dia vou acabar me “definindo”?
E a matéria da Gloss me deixou bem clara uma coisa que, no meu íntimo, eu sempre soube: eu já sou definida, poxa! Sou bissexual!
Como escolher entre a meiguice de uma garota, sua pele incrivelmente macia, as curvas, o corpo lindo, o sexo intenso, os sorrisos e carinhos delicados, a diversão de duas amigas e mais um milhão de qualidades e a companhia quase sempre bem-humorada de um garoto, a cara de bobo que eles ficam perto de nós, o pensamento constante em sexo que eles carregam adolescentemente, a companhia divertidíssima de alguém que te acha incrível?
Complicado demais pra mim... E eu nunca quis escolher.
Não ter que me definir é um alívio. Poder responder que eu sou bissexual eque morrerei assim é uma delícia! E mais do que isso, poder me dividir, dependendo do meu estado de espírito entre homo e hetero, quando eu bem entender, é uma coisa que, definitivamente, não tem preço!
Deixo os rótulos pros que são inseguros o suficiente para precisar deles. Eu sou uma garota solta na vida, pronta pra encarar o que vier e quem vier, com amor ou sem amor, homens ou mulheres. O que me importa é estar sorrindo... e amando a companhia que a vida me oferecer naquele momento específico.
E ela sempre acerta! =)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Blog legal

Achei um blog muito bom, bem diferente dos nossos, mas com uma reflexão incrível sobre o que é a realidade.
www.matheriaescura.blogspot.com
quando tiverem tempo...

bjs.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Adeus você... e que seja para sempre.

Hoje, ouvindo Los Hermanos, me dei conta do quanto eu precisava dizer adeus à Ela (sim, a ex) pra que minha vida seguisse adiante.
E por incrível que pareça, depois de três anos presa a um pensamento, um sentimento, um tormento, me sinto tocando pra frente. Estou diferente e cuidadosa comigo mesma e, o melhor de tudo, não estou me envolvendo com qualquer pessoa só pra tentar ocupar o lugar dela ao menos nos meus pensamentos: ela se foi!
E como símbolo disso, transcrevo aqui a música que me fez perceber o quanto é importante deixar pra trás pra andar pra frente. E melhor que isso! Me fez perceber que eu já tinha conseguido!

Adeus você

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar
Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar
Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante
Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar
É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom
Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante
Pra que minha vida siga adiante
Pra que minha vida siga adiante...

e seguiu. =)

E acabou.

E foi assim.
Antes das flores murcharem, dos chocolates acabaram, que a magia chegou ao fim.
Foi lindo, delicioso, diferente de tudo, me fez um bem imenso e... se foi.
Por pertencer à ordem da fantasia, não fui capaz de encarar a realidade que ela me propôs.
Ela, por sua vez, concordou e preferiu voltar pra sua vida um pouco menos perturbada antes do meu aparecimento.
E hoje, bem mais rápido do que eu imaginava, somos lembranças, bonitas e confortáveis, na cabecinha uma da outra.
Sou grata à vida por ter me dado a chance de viver algo tão bacana.
E à você, minha admiradora "secreta", por ter tornado tudo tão palpável.
Adeus, minha B.A.

=)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Saudade antecipada.

Você acabou de ir embora, acabou de me deixar em casa e eu já estou com uma saudade horrorosa!

Saudade de ter você do meu lado. Aqui, na minha cama, dormindo de qualquer jeito, de calça jeans, morrendo de sono, mas sem conseguir parar de falar comigo mesmo enquanto “petruqueia” pra embalar seu soninho.

Saudade de te ligar e de atender sua ligação: OW!, do outro lado ou do lado de cá, sempre seguido de um monte de histórias, desabafos, apoio, conselhos e encerrado com o horário que nos encontraríamos.

Saudade de ir e voltar quantas vezes eu quisesse da sua casa... e de te ver pelo interfone da minha.

Saudade das idiotices que só a gente ri, juntas, planejando maldades ridículas que não afetam mais ninguém além do nosso senso de humor único e imbecil!

Saudade da parceria pra fazer merda nenhuma, em qualquer lugar, a hora que fosse, contanto que estivéssemos juntas.

Saudade do sorriso maravilhoso, malandro, doce, saudade do cheiro, muita saudade do cheiro, do abraço, do cabelo, das roupinhas, do suspensório e do chapéu.

Saudade das mãos enquanto fala, ou entrelaçadas nas minhas sem motivo nenhum, só pra sentir perto.

Saudade das músicas todas! Das boas, das ridículas, da que tocou incrivelmente na hora certa da nossa despedida, mas, principalmente das que a gente sabe de cor e grita a plenos pulmões, sem vergonha nenhuma, dentro do carro com os vidros abertos.

Saudade de te ter, assim, perto, do lado, em cima, em baixo, agarrada em mim.

Se cuida direitinho? Volta logo? Me faz parar de chorar essa saudade assassina?
Eu te amo meu irmão, minha amiga, minha alma, meu tudinho!
Espero desesperadamente o dia de te ver de novo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Consentimento.

Recebo uma msg no meio da tarde. Leio ansiosa como a todas as últimas que venho recebendo: "depois eu te ligo, tenho algo pra te contar".
Passo o dia na expectativa de algo bom e, de repente, quando conversamos, descubro que não era nada daquilo: "contei tudo pro meu namorado", ela disse.
Disse e não entendeu meu desespero, minha indignação, minha raiva, minha fúria!
"Ele consentiu", ela disse. Meu dels, muito pior, deveras pior!!!
Será que só pra mim fica claro que não era pra ser assim?
Que era pra nos conhecermos aos poucos e viver uma aventura louca, escondida, breve, que alimentaria nossas almas e ficaria pra nós como a mais linda de nossas recordações?
E que agora é algo OFICIAL? CONSENTIDO? Agora somos três e não mais duas?
Agora a minha vida está entrelaçada à de um garoto que eu não conheço! Agora ela dá pra ele, satisfações a respeito de nós duas... Será que só eu consegui entender o quanto isso estragou toda a magia da coisa linda que estávamos vivendo?
Não sei até quando serei a garota da garota dele, assim, com ele sabendo de tudo, "por amor".
Não sei até onde vou levar isso e nem sei até quando essas condições alimentarão meus sentimentos, já que, ao contrário dela, eu tenho um gosto especial pelo errado, pelo obscuro, pelo que não pode, não é aceitável.
Hoje vivo uma relação permitida... Será que o pouco de mim que esta garota conhece não contou pra ela que isso não me apetece muito?
Por ela ser absurdamente encantadora, eu vou tentar... mas não garanto minha presença no namoro perfeito alheio por muito tempo não.
Essa não sou eu. Um demônio não vira anjo do dia pra noite... só o contrário... isso sim, era o que eu queria, isso sim era "more like me".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ai, ai, ai...

"Queria que os beijos dela fossem meus", ela diz, "queria que a dedicatória das músicas fossem pra mim"... ah, ela não sabe, ela não faz idéia!
De repente me vejo num banheiro qualquer, beijando loucamente a garota secreta, aquela das iniciais, aquela que se escondia de mim.
Linda, cheirosa, com um beijo incrível!
O primeiro beijo dela em uma mulher foi assim: louco, bêbado, alucinado, priceless!
Por não ter condições de escrever mais nada, por só querer deitar e sonhar com o "não, miss, não!" dela, querendo mais e mais, eu sei, paro por aqui. E aguardo ansiosa a quarta-feira que vem que ela me prometeu.
Eu não sou assim, não me deixo mexer por qualquer garota e meu gosto (físico) é bem específico. Mas ela conseguiu, sendo totalmente diferente de tudo que eu sempre costumo beijar, ela conseguiu. Conseguiu ser linda, ser incrível, ser surpreendente e me encantar.
Tô boba, tô bege, tô ridícula.
Tô esperando você.

Mil beijos escondidos...

miss Cookie.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cenas do próximo capítulo...

Pra quem estiver achando divertida essa coisa toda de admiradora secreta, tenho uma novidade:
ela fez um blog, olha só!

http://www.neurasdeumaquasemulher.blogspot.com/

Acompanhem-na também, é uma ótima escritora.
O único problema dela é ser encantadora com as palavras, mas continuar nos deixando aqui, perdidos, implorando pra que ela mostre um cantinho dela que fosse! Não, ainda não...
Eu, encantada do lado de cá... só espero! =)

Beijos a todas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Indicação

Para as românticas incuráveis como eu, que adoram se apaixonar e desapaixonar todos os dias, indico:

http://quartovazio.spaceblog.com.br/

Descoberta recente feita em outro blog.

A garota escreve deliciosamente bem e nos faz viajar em lindas historinhas de amor, que poderiam ou não ser as nossas! =)

Para o conteúdo impecável, tiro o chapéu e perdôo os erros ortográficos, vai! hahaha.

Boa leitura!

De repente...

De repente me pego lendo sobre o signo de peixes. “Sou de peixes”, ela diz, e complementa que, apesar de não acreditar em horóscopo, a definição de peixes diz muito sobre ela.
Eu acredito em horóscopo, eu acredito em muita coisa... e estou começando a acreditar nela.
Começou com perguntas sutis, foi entrando na minha vida, foi descobrindo um pouco de mim e de súbito, me surpreende com um recado incrivelmente lindo e, muito convincentemente, sincero.
A primeira garota por quem ela se encanta, ela diz. Nunca pensei que fosse digna de ganhar este lugar no coração ou na vida ou nas experiências de alguém. A primeira garota que beijaram eu já fui, todas fomos, como não? Mas galgar um lugar mais elevado dentro do universo de alguém, isso é muito mais poderoso e me parecia absurdamente longe do meu alcance... Será real?

Deixo aqui a cópia do post dela, encantador.
B.A disse...
Realmente não sei se estou te incomodando,se você já está de saco cheio das minhas mensagens no seu form´s,e como se não bastasse,agora aqui também!
Só te rogo,que ao primeiro sinal de injúria,me diga,e eu sumirei definitivamente!
Só que Miss(posso te chamar assim,ou prefere como?)estou com uma fixação tão grande em você,uma admiração,um encantamento,que não sei nem como descrever!Vivo no seu form´s,vivo no seu blog.Espero sedenta e insaciável por qualquer pedacinho de você,com vontade de saber sobre tudo de MISS COOKIE,com tal prazer,que só consigo pensar,respirar isso 24h por dia.
Meu deus,devo estar te assustando!Me desculpe,mas confesso,sou uma grande romântica incurável!
E você...É simplesmente FASCINANTE!!!Não consigo descrever de outro jeito o que sinto cada vez que leio seus textos e percebo sua inteligência,sua doçura,sua pureza,seu coração lindo!
Preciso,ao menos te conhecer, Miss!!!
Desculpa esse desabafo!Essa invasão de privacidade,esse tormento de confissões,declarações e sentimentos...Pode excluir esse comentário,só te deixo um apelo:

*Fiz um e-mail(parece loucura,eu sei,mas não posso me revelar ainda,e TUDO o que eu quero é poder me comunicar com você longe dos olhos alheios),então,se você tiver qualquer interesse de me conhecer,e de deixar eu conhecer essa pessoa linda,que eu tenho certeza que é Miss Cookie,me mande e-mail!Qualquer coisa!Um oi,um desabafo,um resumo do seu dia,um poema,uma opinião sobre essa chata que te persegue,ou "passa-fora"definitivo!
Te aguardo...
Ansiosa,temerosa...
Grande beijos da sua
B.A

E deixo aqui também os meus recados para você, B.A., garota anônima:
1- Se você for de mentira, alguém querendo se divertir comigo, saiba que eu sou sensível a um ponto intangível de se explicar e que, mesmo na mentira, você está fazendo os meus dias mais iluminados e deliciosos, portanto, meu muito obrigada! =)
2- Se você for MESMO de mentira, quero que saibas que estou cercada de garotos e garotas REAIS e que, dentro da minha sensibilidade exacerbada e da minha intensidade de emoções, tem muito mais chance de me machucar do que você, uma fantasia.
3- Mas se você for de verdade... Seu e-mail foi fantástico, eu ADORO mulheres complicadas e peixes é ótimo, vive com a mesma intensidade que eu pra tudo. (que, aliás, também sou 8 ou 80)

Preciso de tempo pra responder o e-mail misterioso... Talvez não muito, talvez minutos, talvez uns dois dias...

Mas me deixar sem fala é uma coisa que pouca gente consegue e se você for de verdade, garota... Saiba que esse ponto positivo é só seu até hoje. ;)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Divagando

E depois de tanto tempo encarando e repetindo aquele nome,
as divagacões tornam-se incrivelmente rasas e tomadas por ele.
Só o que o cérebro pode processar:
"será que Mariangela tem acento":
Pensaria, certamente, Galileu em meu lugar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pavor.

“... enfrentar com tranqulidade o pavor de errar, fracassar, perder ou se prejudicar.” As palavras ecoaram sem perdão na minha cabeça enquanto eu procurava por um lápis, uma caneta ou qualquer coisa parecida dentro da gaveta do meu criado mudo.
Ficar comigo mesma é, sem dúvida, uma das coisas que mais me inspiram... e me machucam. Ao ler a reportagem intitulada “sobre os próprios pés”, vi minha vida patética se desfolhar diante dos meus olhos, ali, na antítese da revista.
Este medo, o “pavor” que o texto citou, tem mantido minha vida bem longe de mim mesma, bem longe dos meus pés e de cada dedo das minhas mãos.
Interessante ver as pessoas me observando de longe e, invariavelmente, me julgando:
“Será que ela tem faculdade?”
“Tão inteligente e não faz nada com isso”
“Tanta capacidade e se prestando a um emprego tão medíocre”.
Eu penso: “tão velha e agindo como uma criança.”
Não só no sentido pejorativo, mas no sentido literal da palavra: insegura, amedrontada, incapaz e tão impulsiva a ponto de apavorar também seus tutores.
De vez em quando a vida faz isso comigo, me dá belos tapas na cara, mostrando-se compassiva à minha situação.
Resta-me agarrar-me a estes estalos de maturidade e sair da minha inércia, antes que este raio de luz veloz onde nos apoiamos chamado “vida” se apague pra mim.
Medos todos temos, o que falta a alguns de nós, estes covardes presos à escuridão (como eu), é matar no peito este vilão individual, é bater o pé no chão com força pra que ele corra pra longe.
Que eu seja capaz de me permitir ver a luz, que meus pés ganhem coragem pra me carregar. Afinal, eu não dependo de mais ninguém pra isso.

Eu não desisto.

Frequentemente, as pessoas me perguntam o porquê de eu não desistir de você.
É estranho, eu sei, é confuso, é até mesmo um pouco de falta de amor próprio da minha parte. Mas eu não consigo. Eu não consigo porque eu conheço uma de você que só faz parte da minha memória.
Esta que grita comigo em público, esta que tem namorada e ainda assim se acha no direito de brigar comigo se me vê beijando outra garota, esta, esta é a que todo mundo conhece, a que irrita todo mundo, a que falta com respeito comigo e faz com que as pessoas que me amam se sintam, mais do que eu, violentadas por este seu sentimento absurdo de posse.
O que ninguém sabe, a que ninguém conhece, é aquela que me leva café-da-manhã na cama, com tudo que eu adoro, no dia no meu aniversário. É aquela que, em meio ao turbilhão do dia-a-dia, sabia manter um sorriso lindo no rosto da hora que acordava à hora de ir dormir.
Aquela que me esperava ansiosa e acordada, tarde da noite depois das minhas aulas, pra comentar comigo o episódio do “House”, linda, cheirosa, de pijaminha, sentada na sala com nossas gatas em volta.
Os beijos, os abraços, as horas infinitas que passávamos deitadas, os filmes, as pizzas, os “The L Word” que assistíamos sem fechar a boca um minuto, achando tudo incrível!
Existe dentro de mim a lembrança desta garota, fofa, doce... que me faz morrer de saudades e, mais do que isso, alimenta a maldita esperança de um dia viver com ela novamente, debaixo do mesmo teto, sendo felizes 24 horas por dia.
Acho que já deixei claro o quanto eu não aceito mais esta garota que você é hoje. Não aceito mais ser humilhada, não aceito mais que gritem comigo e muito menos que me tratem como propriedade. Hoje eu aprendi o que Cássia Eller já gritou a plenos pulmões há muito tempo atrás: “sou minha, só minha e não de quem quiser”.
Se você me quiser ao seu lado e não PRA VOCÊ, quero que você saiba, aqui, pra todo mundo ler, que eu sempre, o resto da vida, estarei disposta a ser sua companheira... mas nunca mais a sua posse.
Eu amo você, pequenininha. Apesar dos pesares, apesar de ter o mundo contra nós, eu amo você.