domingo, 30 de novembro de 2008

Ah, o amor!


Nunca entendi muito bem o amor romântico, o amor Eros, essa coisa toda.
Sempre criei teorias sobre procriação para preservação da espécie e coisas do gênero, até que comecei a gostar de garotas e esta teoria foi auto-desbancada. Depois dela, não criei nenhuma coerente, apesar de sempre procurar um motivo pelo qual eu desejo a presença de alguém perto de mim. Faz parte da minha natureza procurar explicações para tudo. Mas tem coisas que a gente não entende, só sente. E esta é minha luta eterna: deixar de ser tão racional e passar a permitir que meu coração fale comigo de vez em quando.
Acho que é uma tendência nossa ligar a palavra “amor” à “romance” e esquecer que ele tem várias formas de se demonstrar.
Hoje eu entendi um pouquinho do amor e quem me explicou foi o meu coração.
Suspirar ao pensar em alguém. Querer ver esta pessoa feliz a todo custo, ser capaz de tudo para que isso aconteça. Perto, longe, com você ou sem você.
Torcer pelo sucesso, pela realização, pelos sorrisos e pelos amores desta pessoa.
Cuidar, ouvir, abraçar com sinceridade. Ver nesta pessoa a melhor companhia do mundo, sentir saudades quando está longe, ficar sem se ver por meses e quando se reencontrar perceber que o sentimento só cresceu e o relacionamento só evoluiu.
É sentir alegria quando a pessoa está por perto e paz quando ela parte, por tudo que ela deixou pra você nas horas em que passaram juntos.
É não esperar nada em troca, é saber que ela pode te decepcionar e você a ela, mas que isso não vai mudar o que já foi sentindo dentro do seu coração.
Sou cética, sou solitária, sou fria e amarga.
Não acredito em amor romântico e nunca cri nas amizades.
Mas hoje, os suspiros do meu coração grato e feliz, me ensinaram que, independente do que venha do lado de lá, amar do lado de cá é uma delícia!

*Hildinho, meu amigo amado, este texto é pra você. ;)
Te amo!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sede de que?


Minha namorada tem 17 anos.
Lembro-me muito bem, de com esta idade, excitar-me em meio a uma aula de física qualquer, apenas por lembrar-me da noite passada, de um beijo ou de um toque mais caliente.
Lembro-me também, do quanto somos capazes de falar bobagens quando estamos ali, no início da nossa vida adulta.
E foi com uma dessas bobagens que minha namorada me fez refletir.
“Eu sei por que ando tão estressada”, ela disse. “Preciso de você!”
E quando questionei, qual era a minha importância pra ela, já que ela precisava tanto de mim, a resposta foi (ou não) surpreendente:
“Preciso de sexo”.
Ainda atordoada com a resposta fútil e frustrante, li uma frase de Milan Kundera que encheu minha alma de frescor... E de dúvidas sobre meu relacionamento:
“É preciso salvar o amor da tolice da sexualidade".
O que eu ganho em ser a dona do corpo dela enquanto eu gostaria mesmo era de ocupar os pensamentos, o coração, os sorrisos? Enquanto eu gostaria de ouvir “eu preciso de um abraço seu” ou “eu preciso de um conselho, de colo, de ouvido...”
Até que ponto a fidelidade é um ganho nesta história? O que é ser fiel, afinal de contas? É guardar o corpo só pra mim? E o preço que eu tenho que pagar por isso é suportar o estresse do sexo latejante da minha adolescente vingando-se da minha ausência com agressividade verbal, por exemplo?
Tomas, em a “A insustentável leveza do ser” é um exemplo perfeito.
Ninguém dormia na sua cama. Pra ele, sexo não passava de alívio de tensões carnais. Mas Tereza não. Tereza era amor. E ela podia dormir na sua cama. Pra ela, ele guardava aquela caixinha secreta que todos temos no coração. Mas seu corpo, este era de qualquer uma, de todas, de quem o desejasse.
Ainda acredito na poligamia dos humanos. Alguém que diz precisar de mim para sexo, não precisa da essência do que sou, só da minha carne e eu tenho mais do que isso guardado dentro de mim.
Pra quem quiser amor e carinho, pra quem quiser colo, música, poesia e cumplicidade, eu tenho uma alma inteira pra doar. Pra quem precisar de sexo... O mundo está cheio de corpos vazios perambulando por aí.

p.s.: encontrei estas palavras lendo Rubem Alves.
"A sexualidade pertence à ordem da biologia, o que nos aproxima dos animais. Mas o amor, pertence à ordem da poesia."

A menina e o pássaro encantato


* Texto de Rubem Alves. (vale a pena!)

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar.
Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".
E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as estórias.
A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
"- Tenho que ir", ele dizia.
"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".
"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "-- Eu também vou chorar.
Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for, não haverá saudades.
Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
"- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias...".
Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...
Até que não mais agüentou.
Abriu a porta da gaiola.
"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.
Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...
E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...
"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.
Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.
AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...
E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento.
- Quem sabe ele voltará amanhã....
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mais uma vez...


Augusto dos Anjos é meu poeta favorito.
Tenho uma paixão especial pelo sombrio.
"Versos Íntimos" fala muito de como eu me sinto à respeito das amizades:

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

*e como diz uma música de Marcelo Camelo: "É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final."
As pessoas nunca se cansam de nos decepcionar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Butch x Femme


Algumas coisas no mundo gay sempre acabam instigando curiosidade nas pessoas.
Coisas do tipo: como vocês fazem? Ou: Quem é “o homem” e quem é “a mulher”? Eu, particularmente, sinto-me ofendida com estas perguntas, até porque, acredito que a minha intimidade e o que eu faço entre quatro paredes, só cabe a mim. Ao mesmo tempo, sempre considerei este pensamento um tanto absurdo, porque se eu estou com outra mulher é porque eu gosto de mulher, e nenhuma de nós precisa ser “o homem” da relação pra que a coisa funcione, certo? Nem sempre.
Entendo, conheço e respeito casos bem diferentes destes, como garotas que se identificam como garotos e que gostam de ser tratadas assim, tanto na vida, quanto na cama, sem que, necessariamente, Moiras transformem-se em Max.
Porém, há um tempo atrás, me deparei com uma situação que me deixou um tanto quanto desconfortável e até mesmo perturbada, perante este cenário de gêneros que algumas garotas gays assumem pra si. Estava na casa de uma conhecida léz que tem uma mãe também léz. Ambas estavam com suas respectivas namoradas. A minha conhecida e sua mãe são mulheres bonitas e femininas. Sendo assim, suas namoradas eram dois garotos. Por que “sendo assim”? Eu explico, transcrevendo aqui o diálogo das duas “bofinhos”:

Dani: - Hei, você viu a menina que a Fulana ‘tava ficando ontem?
Fran: - Eu vi, cara, que absurdo, ridículo!
Eu: - Nossa, gente, o que tinha tanto a coitada da menina?
Fran: - Ué, era uma mulher, cara! De sainha, toda feminina!
Eu: - E daí?
Dani: - E daí que a Fulana também é feminina! Onde já se viu? Duas mulheres se beijando? Um horror!!!

Não, garotas, não estou brincando. Diálogo real, extraído da vida real. Que me deixou bastante confusa e, por que não, horrorizada com o tamanho do preconceito, machismo e tentativa de cópia do universo hetero que pode existir dentro de um universo que eu, pelo menos, esperava ser mais aberto, compreensivo e receptivo às diferenças e diversidades.
Eu, como “mulherzinha” que usa “sainha” e adora uma “mulherzinha” de decote profundo e maquiagem no rosto, defendi a causa lésbica (perante duas lésbicas!) como podia, mas mesmo assim, percebi a barreira do gênero, o preconceito contra mim e o orgulho do “pênis” naquelas duas garotas. Elas nunca mais me olharam da mesma forma. Ouvi piadinhas e risadinhas, ao contar que maquiava minha ex-namorada antes de sairmos de casa ou dizer que ela adorava um scarpin.
Virei uma aberração por não formar um casal de “macho x fêmea”.

Fica aqui uma reflexão para todas nós: onde a gente esconde o nosso conservadorismo?

Um beijo à todas.
Já estava com saudades. =)

sábado, 16 de agosto de 2008

Premiada!


Que delícia que é ter um blog, falar sobre coisas que a gente ama e ainda descobrir que é lida e admirada por pessoas incrivelmente talentosas, não é?
Mais uma vez, ganhei um selinho de blog bacana, o Prêmio Dardos, indicada pelos maravilhosos Cheia de Manha e Lesbosfera.


O Prêmio Dardos deve ir adiante e para isso é preciso seguir algumas regrinhas:

”Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras…”.

E três condições:
*Aceitar exibir a distinta imagem
* Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
* Escolher quinze 15 blogs para entregar o Prêmio Dardos.

minhas indicadas são:

Alice's Adventures in Lesboland
Beijei um príncipe e virei sapa!
CALCINHAS NO BOX
eu não sei, ana
gray is so......
Imagine Me And You
Lesbosfera
Mulheres de Cueca
Na Ponta dos Dedos
Pequenos pecados
Queer Girls
SAPACITY
Secret Closet
Travesseiro Macio
Pense Rosa

não é a toa que estão todos linkados por aqui.

Obrigada, meninas!

Beijo grande. =*

obs: gostaria de pedir desculpas por andar meio sumida dos blogs. ando trabalhando demais, sem tempo pra nada!
mas morro de saudades de lê-las todas, meninas, volto em breve! ;)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Estar perto.


Da mesma forma que a distância alimenta os pensamentos e aumenta os sentimentos, a proximidade, depois dela, é igualmente mais intensa.
Uma semana sem se ver basta pra que você perceba, no primeiro encontro possível, o quanto ela é imensamente mais bonita do que você se lembrava.
Do quanto a pele dela é perfeita, de como as mãos dela são lindas e como ela fica ainda mais maravilhosa vestindo verde ou tocando guitarra.
Começa a achá-la extremamente sexy em tudo o que faz e achar a si mesma, a mulher mais sortuda do mundo por ter aquele corpo lindo colado ao seu.
Repara que ela franze o narizinho quando sorri e percebe que não existe nada mais hipnotizador no mundo do que isso!
A forma como ela mexe os lábios quando fala e a delicadeza dos movimentos dela.
Como ela é feminina quando anda, dança e faz carinha de emburrada.
Sente como seu coração dispara ao ouvir aquela voz, como seus suspiros ficam ainda mais profundos com ela pertinho e no quanto você é capaz de ficar idiota, a ponto de deixar ela te jogar no chão só pra ver ela sorrindo e te pedindo desculpas depois, falando que faz isso por carinho.
E nisso, as horas entre o hoje e o amanhã ficam ainda mais insuportáveis!
O mais maravilhoso de tudo isso é descobrir a capacidade que um “narizinho franzido” tem de libertar alguém de anos de lembranças inapagáveis e trazer a paz pra dentro de um coração todinho machucado e já sem esperanças.

Ah, a paixão.
Um dia ela acaba acontecendo. Pra todo mundo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Estar longe.


A distância nem sempre é uma vilã dentro de um relacionamento. A saudade e aquela vontade louca de sentir o cheiro ou de tocar a pele podem ser agravantes sérios de uma paixão.
Ficar longe faz com que queiramos que, pelo menos o pensamento, esteja perto, e é aí que a gente se depara com aquela cara de boba enquanto seca o cabelo na frente do espelho, por estar lembrando do jeito que ela mexe as mãos enquanto fala.
Essa mesma cara de boba é que traz aquela vontade absurdamente infantil de escrever uma música pra ela enquanto espera o ônibus, e ali mesmo, tirar um papelzinho da bolsa e escrever qualquer coisa clichê sobre o jeito que ela te beija.
O cheiro que ela deixou no teu travesseiro, ou naquela sua blusinha que ela usou pra dormir, a falta que seus ouvidos sentem daquela voz linda e daquela boca macia grudada na sua, tudo isso faz o coração disparar e alimentar, com caras de idiota, suspiros constantes e pensamentos retardados sobre casamento, filhos e um cachorro chamado Dódi (porque ela gosta desse nome), uma paixão que, sem o charme encantador da saudade, talvez não fosse tão intensa e perturbadora quanto esta.
Mas estar perto... Estar perto é tão... Tão maravilhoso, que acho melhor deixar pra outro post.

Boa segunda-feira pra todo mundo! ;)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O podium do coração.


O amor é mesmo uma coisa esquisita.
Principalmente o amor entre duas mulheres, entre duas mulheres que gostam de mulheres.
Essa coisa de amar o igual, de criar expectativas sobre as atitudes da outra pessoa serem muito parecidas com aquelas que você tomaria.
O amor fica ainda mais complicado quando não envolve sexo. Quando só envolve cumplicidade, devoção, dedicação e o sexo fica com outra pessoa.
Estou falando do amor de uma amiga. Aquela que você considera uma das figuras centrais da sua vida.
Aquela com quem você desabafa, chora, ri, abraça, beija, chora de novo. Bebe até cair pra se arrependerem juntas no outro dia, sai pegando geral na balada, repartindo as mesmas garotas, para rirem muito juntas no outro dia.
Aquela que você acha que vai acabar morrendo ao lado, isso se você não morrer antes, de tanto amor que sente por ela.
Eu não sei se estou falando de um sentimento só meu, mas eu tive uma amiga assim.
Alguém que amo tanto, mas tanto, que dói. Que às vezes me leva a questionar: o que será esse sentimento?
E daí me pego descobrindo coisas sobre a vida, sobre o ser-humano. Descubro que nem todo mundo é tão honesto com você quanto parece, que nem todo mundo sabe o que quer dizer a palavra “perdão”. Que nem todo mundo se reconhece como ser humano, passível de erros e que, este mesmo ser humano pode te convencer de que ele não o é. Descubro as facadas pelas costas, as mentiras, as traições que uma pessoa é capaz de cometer. E no meio disso tudo, me descubro alguém, no mínimo, paciente demais, conivente demais, insegura demais, tolerante demais e com amor próprio de menos.
Mas a coisa mais importante que eu descobri, foi algo que outra amiga que amo muito me ensinou:
No nosso coração, existe um podium, e nele nós colocamos as pessoas importantes da nossa vida. Infelizmente, nós esperamos que o “proprietário” do primeiro lugar do nosso podium, tenha colocado a gente, pelo menos, no terceiro dele... Nada, nada é capaz de machucar mais, do que perceber, que o seu primeiro lugar, nem sequer cogitou a possibilidade de te colocar no podium dele.
E daí você cai na real. E descobre que a real é vazia, úmida, gelada e escura feito uma caverna.
Nenhuma solidão é tão profunda quanto aquela que você sente ao lado de alguém.

*Seu buraco nunca será preenchido, girl.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Wadda f*** ?


Bom humor. Um bom humor insuportável, daqueles de acordar todo dia sorrindo e sair pra correr no parque, ouvindo música, sem nem ver o tempo passar.
Daqueles que todo mundo chega a se irritar porque no “oi, tudo bem?” a única resposta que sai é “tudo maravilhoso, e vc?”.
Uma vontade de procurar um novo emprego, iniciar novos projetos, aprender a tocar um instrumento musical, fazer um regime.
Uma dificuldade gigantesca pra tirar a bunda da frente do computador e de sair do MSN, tarde da noite, mesmo depois de ter passado o dia todo ali, com um sorriso de idiota na cara.
Uma ansiedade louca pra chegar o fim-de-semana e depois o próximo e “quem sabe no outro eu não a veja também?”
Alguém sabe o nome disso? Eu não quero saber. Eu só quero viver o meu domingo no parque que, pra minha alegria, está custando a terminar!

=)

domingo, 27 de julho de 2008

Beijos de domingo.


Depois de um período de nuvens escuras, desânimos, "brochezas" com a vida e desilusões, depois de sentir muito fortemente a certeza de que nunca esqueceria a Ex de que nunca mais acharia legal ficar com outra pessoa de novo, eu ganhei, de presente da vida, um “domingo no parque”.
Não, não estou apaixonada. Não, não esqueci a Ex. Mas senti uma brisa, uma brisa suave vinda, talvez, do futuro. Um refresco na alma, uma paz diferente, uma certeza de que há sim, esperanças, de que se pode sim, ser feliz um dia e de que, a pele e o cheiro de outra mulher (que não “ela”) ainda podem me causar deliciosos arrepios na espinha!
Inspirada pelos beijos no pedalinho do parque e pelo prenúncio de uma nova Miss Cookie, mais aberta às possibilidades da vida, compartilho com vocês um poeminha que achei pela net no Usina das Letras.

“Todos os beijos
São diferentes
Os que guardo pra você
Têm gosto de domingo
De prenuncio de primavera
De boa saudade
De gosto de descanso
De maturidade
Intensos
Como um virgem campo de trigo
E como o mar
no seu azul de perenidade
Meus beijos
De domingo
São só para você
Como o céu da minha terra
Nos dias mansos de claridade
Meus beijos de domingo
São o meu presente
De amor para você.”
(Maria Luiza Kuhn)

Ainda guardo os meus “beijos de domingo”, mas hoje espero, com os braços e coração mais abertos, aquela que também tem guardado os dela pra mim.

Bom início de semana para todas nós!

sábado, 26 de julho de 2008

A "The Only One" de cada uma.


Não é um hábito meu, mas, sofrendo de um ligeiro e passageiro (eu espero!) bloqueio criativo de fim-de-semana (agitado e divertidíssimo, por sinal!), posto aqui uma das músicas mais fofas que ouvi nos últimos tempos.

O The Cure é a minha banda favorita, desde que meu tio me mostrou pela primeira vez, aos meus 9 anos de idade. Pela sonoridade, pelo estilo soturno, pela profundidade, delicadeza e verdade nas letras.
Este ano eles lançam novo CD e este, é o primeiro single.
Bem a seu modo, Robert Smith fala sobre algo que a maioria de nós, com certeza já teve um dia: um amor de virar a cabeça!

A letra é linda e a música... dá vontade de sair cantando por aí (não deixem de ouvir)!

Espero que gostem, garotas!
Ótimo sábado a todas!


The Only One - The Cure


Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY HEAD
WHEN YOU PULL ME UPSTAIRS
AND YOU PUSH ME TO BED
Oh I LOVE WHAT YOU DO TO MY HEAD
IT’S A MESS UP THERE
Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY HEART
WHEN YOU PUSH ME BACK DOWN
AND THEN PULL ME APART
OH I LOVE WHAT YOU DO TO MY HEART
IT’S THE BEST Oh YEAH!

Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY LIPS
WHEN YOU SUCK ME INSIDE
AND YOU BLOW ME A KISS
Oh I LOVE WHAT YOU DO TO MY LIPS
IT’S SO SWEET IN THERE
Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY HIPS
WHEN YOU BLOW ME OUTSIDE
AND THEN SUCK ME LIKE THIS
Oh I LOVE WHAT YOU DO TO MY HIPS
IT’S THE BEAT Oh YEAH!

YOURE THE ONLY ONE I CRY FOR
THE ONLY ONE I TRY TO PLEASE
YOURE THE ONLY ONE I SIGH FOR
THE ONLY ONE I DIE TO SQUEEZE

AND IT GETS BETTER EVERY DAY I PLAY
WITH YOU
IT’S SUCH A SCREAM
YEAH IT GETS META EVERY DAY I SAY
WITH YOU
IT’S SO EXTREME
YEAH IT GETS WETTER EVERY DAY I STAY
WITH YOU IT’S LIKE A DREAM

Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY SKIN
WHEN YOU SLIP ME ON
AND SLIDE ME IN
Oh I LOVE WHAT YOU DO TO MY SKIN
IT’S A BLUSH ON THERE
Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO MY BONES
WHEN YOU SLIDE ME OFF
AND SLIP ME HOME
Oh I LOVE WHAT YOU DO TO MY BONES
IT’S THE CRUSH Oh YEAH!

YOURE THE ONLY ONE I CRY FOR
THE ONLY ONE I TRY TO PLEASE
YOURE THE ONLY ONE I SIGH FOR
THE ONLY ONE I DIE TO SQUEEZE

AND IT GETS HAZIER EVERY WAY I SWAY
WITH YOU
IT’S SUCH A SCREAM
YEAH IT GETS MAZIER EVERY PLAY I SAY
WITH YOU
IT’S SO EXTREME
YEAH IT GETS CRAZIER EVERY DAY I STAY
WITH YOU IT’S LIKE A DREAM

Oh I LOVE Oh I LOVE Oh I LOVE
WHAT YOU DO TO ME

terça-feira, 22 de julho de 2008

... e diz que este não é um mau blog!


Feliz de não me caber!
Além de descobrir que estou linkada no "Sapacity" que é um dos meus blogs favoritos, vi que ela, "fofíssimamente" me indicou para receber o selo de qualidade que está rodando entre os blogs por aí!
Obrigadíssima, Clau!

Existem algumas regras para repassar o selo:

- o prêmio deve ser atribuído aos blogs que vocês considerem ser bons. Entende-se como bons blogs aqueles que vocês costumam visitar regularmente e deixar comentários.
- se você recebeu o “Diz que até não é um mau blog”, deve escrever um post indicando a pessoa que lhe deu o prêmio com um link para o respectivo blog. Neste post devem aparecer o selo e as regras.
- indique outros nove blogs ou sites para receberem o prêmio.
- exibir orgulhosamente o selo do prêmio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele e de quem te presenteou.

Minhas indicadas são:

- Calcinhas no Box
- Miss Gray
- Oráculo de Lesbos
- Pequenos Pecados
- welcomehomeroxy
- Sapacity (não poderia faltar)
- Beijei um príncipe e virei sapa
- Miss X
- Na ponta dos Dedos (óbvio!)

Alguns já foram premiados, mas, estão entre meus preferidos, merecem bis!

Obrigada a quem me lê e obrigada de novo à Clau Guay pela lembrança.

Boa terça-feira a todas! =)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

“Beleza não põe mesa!”


Ando reparando nas garotas feias. Nas que estão ligeiramente fora do peso, naquelas que se vestem de qualquer jeito e que precisariam urgentemente de uma “personal stylist” ou que não foram, já de fábrica, beneficiadas pela natureza.
Por quê? Presente que uma ex me deixou.
Sempre tive o hábito (creio que bem comum) de reparar nas garotas bonitas e de desejar que as incrivelmente maravilhosas sorrissem na minha direção. Nessas, me pego fuçando em comunidades lez do Orkut em busca de rostinhos perfeitos, que, me garantam que no primeiro encontro eu não vá morrer de susto!
Ridículo? Extremamente! Não que eu, particularmente, seja feia o bastante para me esconder atrás do computador em busca de um parzinho pra mim, mas as garantias (e fantasias!) que as fotos photoshopadas da internet proporcionam são tentadoras!
Numa dessas, de me preocupar em demasiado com a beleza, conheci minha ex “teenager”. Não, ela não é a bendita que cito em tantos textos dizendo que estou tentando esquecer, ela foi apenas uma aventura, uma tentativa, novamente frustrada, de esquecer A EX (Esta, em maiúsculo. Esta, meu grande amor, que nada tem de padrão de beleza, mas é a pessoa mais doce da face da Terra. Anyway...).
A teenager era linda! Linda, gostosíssima e ainda se encaixava perfeitamente dentro das minhas exigências “fashion” de estilo para uma garota: olhos claros e profundamente penetrantes, pele perfeita, sorriso maravilhoso, cabelo estiloso, pretíssimo e bem cortado, corpão invejável, magra, porém, com as pernas mais lindas que já vi. Cheia de piercings, tatuagens e roupas maravilhosamente bem escolhidas. Além de super cheirosa e incrivelmente boa de cama.
O que ela me ensinou sendo tudo isso? Aquilo que todo mundo já sabe, aquele clichê famosíssimo que eu sempre achei que conhecesse “muito bem, obrigada”, mas não sabia o quão sério ele poderia ser aplicado à vida: “beleza não é tudo”.
No caso dela, não era nada.
Uma garota de 17 anos, mimada, usuária de drogas, que se preocupava tanto com a própria aparência a ponto de viver à base de água e barrinha de cereais. Mentirosa, capaz de roubar e enganar à própria família. Alguém impossível de se confiar, sem o mínimo de conteúdo, que tornava difícil cada minuto perto dela que não fossem de pegas quentes embalados a vinho no tapete da minha sala.
Infantil, superficial, de péssima índole.
O que mais eu precisava pra aprender? Ah, claro, como pude me esquecer?
Ainda tem as traições e as vezes que ela me deixava sozinha e doente em casa pra cair na gandaia e poder pegar uma garota diferente por noite.
E a ela eu dedico o meu post de hoje: à garota que me ensinou a apreciar o sorriso sincero e simpático da balconista gordinha da pizzaria, de blusinha cor-de-rosa e cabelo preso em um rabo-de-cavalo baixo; a delicadeza da enfermeira que me levou à sala de cirurgia (tirei as amídalas, argh), magra e pequena, sem um pingo de charme, mas com olhos divertidos e encantadores; os beijos deliciosos que eu dei em uma garota que usava a famigerada “psy bota” (coisa que eu achei que nunca fosse fazer) em uma noite divertidíssima!
Pra você, minha ex teenager, meus “muito obrigadas” eternos, por ter derrubado as cortinas dos olhos da minha alma e ter me ensinado, sendo exatamente o que eu não quero pra mim, a prestar mais atenção na capacidade que toda mulher tem de ser LINDA, exatamente a seu modo. Obrigada por ter me transformado com fogo, momentos de raiva e algumas lágrimas, numa pessoa muito melhor, que hoje sabe o quanto um coração doce vale mais do que um belo par de pernas. ;)

Boa semana, garotas!

p.s.: à propósito: meu humor está cada dia melhor. Obrigada aos comentários fofos do post anterior.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Volcano.


Da falta de sucesso na tentativa de me afastar da ex ao medo paralisante que tenho sentido do meu futuro incerto, cada minuto na minha vida tem me feito ainda mais vazia.
Falta tudo. Falta alegria, falta motivação, falta vontade de sorrir, de falar, de correr, de amar, de conquistar o que quer que seja, mas, principalmente, me falta paciência.
O que mais me incomoda nesses períodos límbicos, onde eu não estou nem exatamente deprimida a ponto de não tomar banho e nem exatamente eufórica a ponto de não dormir a noite e ter energia suficiente pra sentir vontade de vomitar de tanto bater com a cabeça na parede, é a maldita irritabilidade.
Tudo me incomoda, tudo me irrita, fico sensível ao extremo, com os nervos à flor da pele. Flor? Flor não, espinhos mesmo, porque sou capaz de machucar qualquer criatura viva que tente se aproximar na melhor das intenções. Não tenho saco, não tenho espírito pra brincadeiras, não tenho sorrisos pra fingir socialmente, não tenho nada, só fogo e pólvora. Fico rebelde, “Rebel Rebel” e insuportável a ponto de ficar famosa em qualquer meio que me relacione. Famosa no pior sentido da palavra, daquelas que a fama precede e as pessoas passam a ter medo ao invés de boas expectativas quando encontram com você.
Prefiro o isolamento, o silêncio, os livros, a companhia dos bichos e dos travesseiros. Melhor assim. Já é difícil suportar a mim mesma, imagine ter que ficar assistindo às pessoas tentando me suportar? E pior que isso, imagine suportar as outras pessoas?
Não, é praticamente impossível nestes períodos vulcânicos.
Suportar a clareza da tela pintada por uma amiga, que sempre considerei uma das pessoas mais importantes da minha vida, ali, bem colorida e nítida: não, eu não tenho mais importância nenhuma na vida dela. Conforme-se, baby!
Suportar a dor dilacerante no peito ao abraçar a ex e sentir ali, no lugar mais confortável do mundo, que nunca mais seremos felizes juntas, não dá.
Suportar o humor duvidoso da minha cunhada que eu tanto amo mas é imatura demais pra perceber que o que eu preciso agora é de abraços carinhoso e não de um dedo rindo apontado pra minha cara a cada segundo do dia é difícil demais.
Suportar as amizades superficiais que a gente tromba quando sai na rua, a falsidade dos sorrisos, os abraços os convites que não passam de falta de assunto, não, isso não dá.
Nada disso dá, nada disso me é possível no momento.
Peço licença pra me retirar, peço licença pra aguardar, quietinha, o meu vulcão entrar em erupção.
Pra cima ou pra baixo? O estrago é sempre certo. Fico apenas na expectativa da surpresa.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

As delícias e os delírios de se estar só.


Acordo cedo. O mau-humor habitual faz com que eu tenha um tempo exato para sair da cama: odeio ficar enrolando, odeio correria. Olho pela janela, dou uma respirada na poluição da cidade e tenho aquele pensamento, também habitual, herdado dos suspiros pensativos do meu avôzinho querido: “ai, ai, Catarina!”.
Sem ninguém pra me segurar na cama, ou me apressando pra levantar, espreguiço-me e vou fazer meu café. Cada dia faço um pouco menos pra ver se eu consigo fazer uma dose única. Tá difícil!
Ligo o computador e coloco música pra me animar. Aquelas que só eu gosto! Ô, maravilha!
Coloco a roupa de ginástica e “vou que vou” pra minha caminhada!
Volto, almoço o que tem e fico feliz por não sair do regime.
Passo a tarde com as amigas, volto pra casa, tomo um banho e coloco o pijamão, feliz da vida!
Converso com o maior número possível de garotas pelo MSN, falo bobagens e me sinto muito confortável nessa posição ridícula, praticamente adolescente, que me encontro ao fazer isso. Novidade pra mim, tudo novidade.
Tomo um vinho. Eu comigo mesma, brindando a minha solidão, adorando minha própria companhia, adorando tomar absolutamente todas as decisões do meu dia-a-dia.
O vinho dá um soninho gostoso e 10 e meia da noite já desligo o computador e vou pra cama.
Quando eu penso que o dia acabou e me preparo pra me despedir dele, meu telefone toca. É aí que começa a minha quarta de verdade. Leo, amigo querido, baladeiro e extremamente convincente: “pago seu táxi se você vier pra cá AGORA!”, ele fala do outro lado. Não tenho a menor vontade de sair de casa daqui de dentro dos meus pijamas , mas, me sentindo a dona de mim mesma, troco de roupas, passo um perfume e com um sorriso no rosto e o peito estufado, eu vou.
Chego no bar, sou recebida por um abraço delicioso e uma taça de champagne. Compartilho com meu amigo a alegria que estou sentindo por poder sair de casa, em plena quarta-feira, sem ter que enfrentar caras feias e ataques de pelanca. Um brinde à minha solidão!
Fila desgraçada. Já entro na balada de mau-humor e sinto, levemente, o peso da “idade” nos meus ombros. Eu já fui mais paciente pra essas coisas.
Música ótima, como sempre, mulheres lindas pipocando por todos os lados, um copo de vodka com energético e, lentamente, meu mau-humor vai se desfazendo e eu vou curtindo meu momento.
Danço... Garota bonita! Acompanhada... damn it! Outra, outra garota bonita. Ignorada... Fuck!
De repente me dou conta de que eu não consigo evitar o desejo de ter alguém perto de mim, de beijar na boca e dançar grudadinha como os casaizinhos que me cercam. Passo a morrer de inveja dos solteiros que estão lá com seus amigos sem pensar em nada. Danço, danço mais um pouco, tento me concentrar em mim mesma. Não, não é tão fácil quanto parece. Nunca fiquei sozinha, é a minha primeira vez solteira nesta indústria vital, desde os 11 anos (!) eu engato um namoro atrás do outro. Não, eu não gostava nenhum pouco disso, sempre quis ficar só comigo, só o que eu preciso é de treino, paciência, e... Não, eu não precisava estar vendo isso... minha ex “teenager”, linda, linda como sempre, bitch! Todos os meus amigos viram essa vaca me trair. Ok, ok, ela está na idade de curtir... O quê? Ela está ficando com a ex dela? Aquela que ela dizia que só fazia ela sofrer e atirava cocô pela janela? Gosh, eu não devo valer nada mesmo!
E sinto a noite desmoronar. A felicidade e as tentativas de me apaixonar por mim mesma se esvaírem por entre a fumaça, a música, as garotas e a “ex com a ex”. Percebo-me “levemente embriagada”, desabafando com uma desconhecida, sobre as dores de se ser ignorada por alguém com quem você compartilhou a cama.
Sinto-me ridícula, patética, imatura, despreparada.
Abraço meu amigo, agradeço pela noite e volto pra minha casinha, onde, pelo menos a solidão, me oferece sua fiel companhia.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Não ao preconceito.


Sei que não sou muito lida, mas o que posso, eu faço! =)

http://napontadosdedos.wordpress.com/2008/06/14/alo-senado/#comment-582


Link do Blog "Na Ponta dos Dedos" explicando direitinho como fazer pra votar no projeto que trata a homofobia como crime.

Vamos usar nossos dedinhos abençoados, mais uma vez, à nosso favor!

Liguem, garotas!

Obrigada ;)

New beginning


Acordei tarde, mas ainda assim não desisti de começar a vida nova.
Levantei, coloquei a calça de ginástica e, por falta de companhia, convidei a Amy Winehouse pro meu primeiro dia de caminhada. Apesar da situação precária em que se encontra, ela topou. Coloquei então o Back to Black no mp3, um filto solar na cara, um par de óculos escuros e saí de casa, animada com as novas possibilidades.

Foi divertido. Sozinhas, eu e a Amy, tive espaço para apreciar o que me rodeava no passeio público: bêbados “regando” as plantinhas, trabalhadores dormindo na grama em seu horário de almoço (sim, caminhei sob o sol do meio-dia!), prostitutas velhas e novas procurando clientes, casaizinhos de meninas fugindo do Colégio Estadual para namorarem escondidas, pais passeando com os filhos e a correria do dia-a-dia das pessoas na rua.

Pensei no meu ontem: na Parada LGBT de Curitiba, divertidíssima e na chuva gostosa que nos pegou no meio do caminho, no teatro que fui à noite, no jantar com as amigas, nas risadas, na leveza.

Voltei pra casa, pensei no meu hoje: lavei a louça, arrumei o quarto, fiz almoço, limpei os “eu te amos” espalhados por aí (com uma dor indescritível no peito, mas, já era sem tempo), terminei meu trabalho da faculdade, atualizei meu blog de moda, conversei com alguns amigos, ouvi músicas diferentes, brinquei com as minhas gatas.

Ainda são 15:17 da tarde.

Impressionante como se tem tempo quando se pára de se deixar consumir por sentimentos e passa-se a apreciar a própria companhia.

É... acho que dá pra continuar tentando ser feliz ao meu lado. =)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Skinner tem razão.


Apelo pra razão. Choro, sofro e volto a apelar pra razão.
Olho pros olhos brilhantes, pro sorriso infantil e corro pra perto da razão.
Sinto o cheiro, a pele macia, mordo a mãozinha como de costume, fecho os olhos bem forte e chamo a razão pra conversar.
Fico longe. Evito falar. Bate uma saudade desesperadora, ouço aquela música breguérrima da Sinnead O’Connor e volto a gritar pela razão.
Deito na cama vazia. Lembro do beijo, do corpo quente dormindo ao lado do meu, dos abraços me sufocando a noite toda e peço pro Lexotan me trazer de volta a razão.
Assisto a um filme de amor, vejo casaizinhos felizes por aí, lembro mais uma vez da vozinha doce e começo a procurar pela razão que estava aqui há um minuto atrás!
Skinner, Skinner, lembro-me de Skinner: “você sabe quais serão as atitudes futuras de uma pessoa conhecendo o seu passado”. Vou pra mais perto da razão, troco uma idéia com Skinner e ele grita aos meus ouvidos: ela nunca vai mudar!
Me fala de novo que toda reação é resposta a um estímulo oferecido:
Ela não muda + Eu perdôo = Ela volta a errar.
Razão, razão. Como matemática. Simples e objetiva. A resposta só pode ser uma.
- Você ainda acredita que nós temos jeito?
- Não. – ela balança a cabeça negativamente.
- o que você sugere pra nós duas?
Faz apenas um gesto: as duas mão empurrando o ar, uma pra cada lado.
Separação, fim, finit, the end.
Racionalmente adequado. Racionalmente funcional.
Dessa vez tem que funcionar. Três anos já é demais, dessa vez vai!
Skinner... Skinner, Skinner, Skinner, razão... linda, cheirosa, saudades, te amo, não!... razão, razão, razão... porcaria de coração!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Obrigada, centenário!


Há exatamente 100 anos atrás, os japoneses descobriram que o Brasil era um lugar simpático pra se viver (tá bom, vai, eu sei que não foi romântico assim e que os motivos não foram dos melhores, mas me deixem pirar um pouquinho). Graças a isso, hoje sou a mais feliz das mocinhas na Terra. Por quê? Porque tenho dois tesouros nipônicos em minha vida, duas misturas dos olhinhos puxados, da disciplina e da ousadia japonesa com o “balaco-baco e o teleco-teco” brasileiro.
Por isso eu queria agradecer ao Japão (ai, Miss Cookie, como você é idiota!) por ter me dado de presente:

Miss Pink
:
A japa mais linda do mundo, a mais inteligente, a mais talentosa, a mais maravilhosa! Minha melhor amiga “hetero”, uma jóia rara em minha vida. Uma pessoa que cuida de mim da melhor forma possível, que me apóia, que entende minhas loucuras, que atura meu falatório, que passa mais de 30 horas por semana comigo e que ainda assim, quer me ver no fim de semana, eeee o/! Eu te amo, cherrie! ^^

E

Macunaemo:
A japa mais idiota do mundo! Sim, não tenho a menor dúvida disso! A pessoa mais divertida que eu já conheci, mas que sabe ter os dois pés bem no chão quando precisa me dar umas broncas ou uns bons conselhos. Essa é quem eu chamo de “irmão”, minha melhor amiga “lez”, aquela com quem eu compartilho as malandragens e as lágrimas do dia-a-dia. Aquela que eu queria do meu lado 24h, pra poder cutucar ou fazer um comentário lésbico qualquer, hehe. Aquela que eu choro se eu vejo chorar e que rio se eu vejo sorrir. Minha japa louca, deliciosa, única, insubstituível! Te amo muito, minha idiota!

Obrigada, centenário, por essas preciosidades em minha vida!
=)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

SMS

Ela:

Tem umas surpresinhas pra você na sua casa que eu deixei. Simples, mas do fundo do coração. Fica aí curiosa hehehe e depois me diz se você gostou. Amo você. Bjs.

Ela:

To no Bar, se quiser, venha aqui. Bjs.

Eu:

Muito frio pro bar, sorry =/. Pq eu sou tão viciada em vc? Queria vc aqui de novo... Saudades do seu cheirinho, da sua voz e da sua pele macia, já. Bjs =*

Ela:

Ai, que linda, eu Tb queria estar com vc agora. Não é só vc que está com saudade e é viciada, eu tb sou! Não viu minha surpresa? Bjs.

Eu: (chego em casa e vejo a minha geladeira, microondas e espelho, repletos de “eu te amo”)

Oowwwn, adorei, linda! Wish u were here... Fucking damn love!

Ela:

Descobri: a mina que senta do meu lado é sapa! Ahahahaha.

Eu:

Não quero ir pra cama sabendo que vc não está lá. Fucking damn Love 2 =/

Ela:

Minha cama tá muito fria e eu sinto falta de vc pra me fazer calor como esta última noite. Mas, não sinto falta de vc só pra me aquecer, sinto falta de vc por inteiro. Não responda a msg pq tem mais...

Ela:

Falo isso por amor! O que mais me dói é ver a gente lutar contra algo que sentimos. Não sei se vc ta entendendo do que eu to falando, mas isso é o que eu sinto... Me machuca lutar contra algo que está dentro de mim e pensar que a pessoa que eu quero do meu lado pra vida inteira não pode ser minha, é uma coisa louca...

Ela:

Quer saber? Eu estou perdida... Talvez não seria nem certo eu estar falando isso pra vc, mas tb talvez vc seja a pessoa certa pra quem eu deva falar... Afinal, se trata de nós.

Eu:

Talvez não hoje, talvez não amanhã, mas a gente ainda vai ficar velinha, uma do lado da outra. I feel it, i know it! I Love you baby, I really do...

Ela:

Nao duvido do seu amor. Nunca duvidei! Mas não consigo entender que amo mas não posso tê-la. Um dia talvez vc entenda melhor do que eu estou falando... Boa noite, bjs, amo vc.

Eu:

Como assim me ama e não pode me ter? Vc acha que nunca conseguiremos ficar juntas? Será? =/

Ela:

O tempo vai dizer, Miss. A gente deixa por obra do destino... A gente vai tentando ser feliz...

Algumas lágrimas na escuridão do quarto e a tentativa de dormir na cama fria.

Amar dói.

Vick.

Vick é a garota da minha vida. Ela não é linda, deslumbrante, com olhos verdes e lábios à la Jolie. Pelo contrário: Vick é pequena, simples, porém, de uma doçura inacreditável!

Lembro-me da primeira vez que meus olhos a avistaram: ela estava com um vestidinho lilás e um decotinho, que deixava à mostra o seu colo branquíssimo (o que eu, particularmente, adoro!). Fui falar com ela. Vick trabalha com Toy Toys, sabe? Aqueles bonequinhos feitos de pano? Então... uma graça! Quando elogiei seu trabalho foi o momento “ X”, o momento no qual me apaixonei: seus olhos brilharam de uma forma que até parecia um daqueles mangás que a gente sempre acaba achando idiota, absurdo... mas fofo.

Fiquei de quatro, imediatamente! E passei a me relacionar com Vick, todos os dias, conhecendo cada detalhe da personalidade dela.

Vick adora churrasco e Burguer King, mas queria ser vegetariana, porque morre de pena dos animaizinhos. How cute is that!?

Vick não gosta muito de ver televisão, mas é cinéfila! Todo fim de semana assistimos algum filme bacana comendo pizza em casa ou vamos ao cinema devorar um balde de pipoca. Ela não gosta de coca-cola, como eu.

Vick ama meus gatos. Ama também cachorros, passarinhos, tartarugas... Vick é tão doce que é difícil algo que ela não ame!

Vick não é do tipo magérrima e briga muito comigo quando não quero comer por me achar gordinha. Ela acha que comer é um dos maiores prazeres da vida!

Vick cozinha horrores! Apesar de eu gostar mais de salgados, ela é melhor nos doces.

Vick não dorme comigo todas as noites. Ela adora privacidade.

Vick tem um cheiro incrível, que fica no meu nariz o dia todo, mesmo depois que ela deixa minha casa.

Vick ronca um pouquinho.

Vick gosta de andar de mãos dadas na rua. Foda-se o fato de todo mundo passar olhando!

Vick toca violão... não, ela não toca muito bem, mas acho uma gracinha ela ensaiar Tegan & Sara pra cantar pra mim depois!

Vick não usa nenhum tipo de drogas. Não que ela seja tão careta assim, até já teve seus momentos, só acha isso coisa de criança e ela já se acha bem grandinha.

Vick adora seriados de TV. Qualquer um!

Vick, apesar de não usar drogas, sempre topa uma cervejinha!

Vick é inteligente. E culta, ao extremo! Tem conteúdo de sobra e é capaz de sustentar um assunto, qualquer que seja ele, por horas a fio, sem ser chata ou arrogante.

Vick é divertidíssima, engraçada e boba! Além de rir de todas as minhas idiotices, como quando imito a voz de outras pessoas pra falar algo que está me incomodando sem parecer grosseira... só idiota.

Vick canta Roupa Nova extremamente alto enquanto toma banho.

Vick AMA os anos 80.

Vick ainda guarda seu pogobol!

Vick é doce, extremamente doce, e sabe o que é o diálogo. Ela nunca briga por nada, senta e discute inteligentemente.

Vick, na verdade, é uma garota que eu vi apenas uma vez na vida e que tudo que eu sei a respeito é que se chama Vick.A única verdade nessa história é que sim, ela trabalha com Toys, sim, sorriu pra mim de forma mágica e sim, seus olhos brilham como os de um mangá. Mas não, nunca mais vi Vick, nunca mais soube dela. Só guardo uma foto no meu computador. Pra quê? Não sei... às vezes acho legal colocar um rosto naquela com quem a gente sonha todas as noites: a tal da garota perfeita.

Se ela existe? Não sei, nem sei se isso realmente me interessa. Sei que esperar por ela todos os dias, acaba sendo um passatempo interessante pra um coraçãozinho ferido.

Deixo aqui um beijo pra Vick. Quem sabe um dia a gente não se tromba por aí?

Olá!

Acho que andei lendo tantos blogs lésbicos ultimamente que resolvi ter o meu. Não que eu seja necessariamente lésbica, não que não o seja também. Apenas evito me rotular, já que até pouco tempo atrás, costumava sair com garotos.

Este seria então, digamos assim, um blog de uma bissexual, uma garota que ainda não se definiu e nem sabe se um dia vai se definir, mas que está, digamos assim, numa fase 80% / 20% entende? Mais pra cá do que pra lá? Mais torcendo pro time cor-de-rosa? ^^!

No geral: tô na casa dos 20 e poucos anos, sou estudante de moda com muitas ambições na área, lady, com gosto musical duvidoso (adoro a Britney Spears!), gosto pra me vestir, mais ainda (um pouco extravagante às vezes), típica mulher que tem TPM, medo de engordar e de se apaixonar, com um grande amor em sua vida (que não dá certo, claro, senão não teria graça) e uma mãe que não aceita, de forma alguma, o fato da “menininha dela” gostar de beijar as “menininhas dos outros”.

Well, acho que é só. Espero muita troca de experiências por aqui, girls! =)

=***.