sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre ceticismo e outras crenças.

Sou cética. Não acredito no amor, na monogamia, na fidelidade. Não acredito em Deus, ciganas, simpatias, vida após a morte. Sou cética e infiel, cética e descrente, cética e realista.
Mas jogaram um feitiço em mim. E eu falo sério! Um feitiço de amor!
Num belo dia, ou melhor, numa bela noite de lua cheia, uma amiga se abriu comigo. Me contou de uma paixão intermitente que não a deixava em paz, que tirava o prumo, a concentração, a vida! E eu ri. e eu achei um absurdo devotar-se assim a alguém e a critiquei e a repreendi e me senti imensamente confortável em meu seguro iceberg sentimental onde nada nunca poderia me atingir.
Poucos dias se passaram até o feitiço se instalar, mas ele foi implacável! Eu me apaixonei sem ao menos tocar a figura em questão. Só depois o beijei. Um beijo ridiculamente intenso pra mim, onde os lábios dele me envolveram de tal forma que eu perdi a noção de tempo e espaço. E nunca mais a encontrei.
Eu sou cética, eu não acredito em nada. Mas hoje mesmo eu vou fazer uma simpatia pra tirar esse feitiço de amor de dentro de mim. E que Deus e a Sete-Saias me ajudem!

"magina ;]"

"Tenho vontade de te falar certas coisas mas nunca crio coragem". Dita esta frase, ela baixou em mim agressiva e o sentimento inchou de tal forma que fugiu dos limites do meu corpo. Não pude mais conter meus pensamentos auto-multiplicantes querendo escapar pela minha boca, olhos e dedos. Respirei fundo e deixei sair. E veio com tudo, sem filtro, sem medida alguma, sem eufemismos.
"Eu estou apaixonada desde o primeiro momento em que ouvi sua voz... Sou tão fiel a este sentimento que me tem sido impossível querer outro alguém, logo eu, polÍgama por filosofia. Você é tão grande que às vezes me sufoca... Eu só queria que você soubesse..." E terminei com "Obrigada por me ouvir". Em troca recebi um "magina ;]". Um "magina" seguido de mais uma de suas carinhas ininteligíveis. Um "magina" que não se deu ao trabalho de incluir seu "i". Isso foi tudo e isso vai ser tudo. Esse minúsculo "magina" é o que eu tenho pra colocar dentro desse buraco de dimensões incalculáveis que ficou em mim depois do meu surto de coragem. E tenho de ser grata, porque eu não pedi nada e ainda assim ganhei um "magina ;]".
Os beijos, os abraços, os sorrisos, os carinhos, as declarações de amor, as bochechas insuportavelmente rosadas... Tudo isso é "dela". Por merecimento, acredito. O que "ela" tem eu nunca vou nem conhecer. O que eu tenho, o que eu mereço, é o "magina", e por ele, obrigada, meu bem. Vou me pôr no meu lugar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Espera.

*Este é um daqueles textos que a gente escreve com certeza absoluta de que não vai mostrar pra ninguém. Escrevi já faz uns meses e hoje achei-o sem querer. Me deu voltade de postar porque vi que pouca coisa mudou dentro de mim desde então. Eu disse "pouca coisa" e não nada. Algumas coisas mudaram sim. Principalmente a forma como enxergo esta minha "não-relação", hoje com mais tranquilidade. Tanta tranquilidade que não tenho mais vergonha de mostrar como me sinto.

Odeio isso, odeio essa sensação que você me causa!
Esse frio na barriga, boca seca, coração disparado, sensação de morte iminente e não paixão(ridículo!).
Essa ansiedade infernal, essa espera por ouvir algo de você que não seja uma risada de alguma besteira que eu disse ou uma resposta simples e curta pra algo que perguntei.
Ou uma caretinha composta por pontos, vírgulas e símbolos que eu nunca entendo o significado.
Odeio assistir seus vídeos no youtube com cara de idiota, adorar toda música que você faz e desejar que algum dia você faça uma pensando em mim.
Odeio mais do que tudo essa espera:
Esperar o dia todo pra ver se você fica online,
Esperar um recado seu no meu Orkut,
Um Twit que me faça pensar que você se lembrou de mim durante a tarde,
Esperar você falar comigo no MSN, esperar que você me responda, esperar que você me pergunte qualquer coisa que demonstre o mínimo de interesse por mim.
Esperar que você me toque quando estou perto de você. Que me toque pra qualquer coisa, que me toque pra falar qualquer bobagem que não me interessa no meu ouvido. Esperar um abraço, esperar um beijo...
Você veio pra mim em forma de tortura medieval das mais requintadas!
Você me dá dor de barriga, você me dá uma fome insaciável e eu to ficando gorda!
Você me dá angústia e você me dá euforia gratuita fora de hora... Como agora, que já está há 10 minutos sem escrever nada na minha janelinha. E isso me irrita imensamente, isso me deixa ainda mais chata do que já sou, isso me torna impossível de ser aturada por qualquer pessoa!
Agora vou fingir que vou dormir... Vou ter que sair da frente dessa merda de computador porque a espera que vem com você me enlouquece aos pouquinhos!
Ainda não saí, não sou capaz... Mas fico olhando pra sua janela, pensando mil e duzentas vezes em falar com você, morrendo de medo de te incomodar!
É que... A verdade é que eu não sei jogar xadrez, eu não sei jogar quase nada! A não ser sueca que ganha quem perde. Eu tenho medo, eu não sei fazer, eu sou direta demais!
Por mim eu abriria sua janela e diria: que vontade de te ver, que vontade de te beijar de novo! Que vontade de receber um telefonema seu, uma mensagem, um toquinho, qualquer coisa durante o dia! Que vontade que você pensasse em mim um pouquinho como penso em você, que vontade de você ter vontade de mim!
Mas eu sou incapaz... E vou ter que ir pra minha cama pensar em você até dormir. Com mais uma derrota no placar do jogo eu versus você.

Boa noite.