terça-feira, 28 de junho de 2011

Epifania.

Que coisa louca é este momento chamado “epifania”.
Isso de se dar conta das nossas atitudes, dos porquês de todas elas, das conseqüências que elas causam e de que elas não são decisões feitas assim, ao vento, e sim propositalmente.
Há quase dois anos não me envolvo em relacionamento algum, mas venho me apaixonando com uma freqüência assustadora. Todas as vezes por pessoas impossíveis. Pessoas que namoram, pessoas que não me querem de forma alguma, pessoas que ignoram minha existência, pessoas que me enganam, enfim, pessoas que não podem caminhar ao meu lado na rua, pessoas que são incapazes de corresponder ao meu sentimento, repetidamente, platônico.
Me pego sofrendo, dia após dia e me curando sozinha, rapidamente, pra começar a sofrer de novo, agora, por uma nova paixão besta.
Questiono e questiono, tentando entender o porquê de isso estar acontecendo comigo. Quando um dia, um dia comum, durante um banho, acende uma lâmpada na minha cabecinha e me deixa vislumbrar a resposta, provavelmente óbvia pra qualquer outro ser humano que não eu: não quero me envolver, portanto, não me dou a oportunidade.
O chato de perceber esta bobagem é que, de agora em diante, provavelmente eu não me apaixone mais assim, à toa, já que armei meu superego com as lâminas da percepção.
De qualquer forma, foi divertido até então. Agradeço aqui a cada uma de vocês, paixões tolas e platônicas, que me fizeram sentir esse carnaval de sentimentos amontoados e passageiros.
Agradeço ao vocalista da banda colorida que me “obrigou” a ouvir suas músicas românticas, revezando com a sempre presente Amy Winehouse, enquanto sorria, boba, com todas as qualidades que eu achava que ele tinha.
Ao colega tímido e incrivelmente inteligente do cursinho, que me fez ter medo de ouvir Beatles, por trazer a minha mente todas as lembranças que tinha dele.
Ao garotinho incrível que, aos 16 anos, me deixou absurdamente encantada e me devolveu a coragem e o prazer em ouvir Beatles.
Ao cara bonito e "rude", que mexeu tão instantaneamente comigo e destruiu tudo numa velocidade maior ainda.
À garota linda e divertida que foi embora da cidade sem ao menos me avisar, deixando-me sem entender nada.
E ao Tomas. Bom, impossível não se encantar por alguém que adiciona genialidade a uma personalidade absurdamente parecida com a sua.
Vão em paz, rest in peace.

3 comentários:

Alice disse...

Pá de cal neles, então.

Anônimo disse...

Tbm tinha medo de me envolver, daí, eu só procurava os amores quase impossíveis, tipo, pessoas comprometidas, pessoas com problemas psicológicos, pessoas que só queriam transar, etc! Até que...ela apreceu. Fim das angústias, da procura. O amor ficou e se instalou. Amei e fiquei.

Raquel disse...

Sempre fazendo com que as palavras se encaixem perfeitamente, amiga.. Fico feliz demais ao te ver (ler!) assim. Saudade, como sempre. Beijo!