quinta-feira, 13 de maio de 2010

Passa.

E é isso, é exatamente isso que me incomoda: essa coisa de virar um ser humano do dia pra noite, essa coisa toda de sentir, de pensar, de pensar em alguém e de pensar em mim mesma, de me reconhecer como indivíduo defeituoso que sou, que somos todos nós.
Porque a verdade é esta, a verdade não é você, a verdade sou eu.
A verdade não é sentir falta do seu cheiro, do seu cabelo, do seu beijo, do seu sorriso e do seu jeito bobo de ser a criança que é. Este não é o problema maior, isto eu relevo, eu entendo, eu controlo numa boa.
A verdade, nua, crua e cruel, é perceber a mim mesma. É perceber minha carência imensa, minha necessidade de pequenas manifestações suas pra mostrar que pensa em mim, que me tornem um indivíduo defeituoso, porém querido por alguém, ocupante de um espaço nos dias e nas noites de alguém.
Reconhecer a mim mesma, assim, como ser humano e não como o robô celibatário que tenho sido, que tenho empurrado goela abaixo de quem me cerca e, mais importante que isso, de mim mesma, é essa verdade que incomoda, que fere, que irrita, mais do que tudo ela irrita, irrita imensamente, essa revelação minha para mim mesma, isso me irrita!
Mas não tem problema, tudo passa. Ser humano passa. Esperar uma mensagem sua, um recado, uma notícia, passa. Não ser importante na vida de alguém com um abraço tão gostoso, passa. Eu passo. E volto a ser mecânica, gelada, metálica.
Eu gosto de mim assim.
O que você gosta, o que os outros gostam, o que é correto e agradável, o que me torna fofa, amável, humana... isso tudo passa.

4 comentários:

Jay disse...

Me dissemuito esse post...
Lindo e triste.
té mais

Maiah disse...

Tudo passa... nada volta... sempre fica!

Anônimo disse...

Ai que...snif!!!!!

andressa. disse...

~ certas transições poderiam ter mais constância.. será que dá pra controlar isso também?

;*