quinta-feira, 3 de julho de 2008

As delícias e os delírios de se estar só.


Acordo cedo. O mau-humor habitual faz com que eu tenha um tempo exato para sair da cama: odeio ficar enrolando, odeio correria. Olho pela janela, dou uma respirada na poluição da cidade e tenho aquele pensamento, também habitual, herdado dos suspiros pensativos do meu avôzinho querido: “ai, ai, Catarina!”.
Sem ninguém pra me segurar na cama, ou me apressando pra levantar, espreguiço-me e vou fazer meu café. Cada dia faço um pouco menos pra ver se eu consigo fazer uma dose única. Tá difícil!
Ligo o computador e coloco música pra me animar. Aquelas que só eu gosto! Ô, maravilha!
Coloco a roupa de ginástica e “vou que vou” pra minha caminhada!
Volto, almoço o que tem e fico feliz por não sair do regime.
Passo a tarde com as amigas, volto pra casa, tomo um banho e coloco o pijamão, feliz da vida!
Converso com o maior número possível de garotas pelo MSN, falo bobagens e me sinto muito confortável nessa posição ridícula, praticamente adolescente, que me encontro ao fazer isso. Novidade pra mim, tudo novidade.
Tomo um vinho. Eu comigo mesma, brindando a minha solidão, adorando minha própria companhia, adorando tomar absolutamente todas as decisões do meu dia-a-dia.
O vinho dá um soninho gostoso e 10 e meia da noite já desligo o computador e vou pra cama.
Quando eu penso que o dia acabou e me preparo pra me despedir dele, meu telefone toca. É aí que começa a minha quarta de verdade. Leo, amigo querido, baladeiro e extremamente convincente: “pago seu táxi se você vier pra cá AGORA!”, ele fala do outro lado. Não tenho a menor vontade de sair de casa daqui de dentro dos meus pijamas , mas, me sentindo a dona de mim mesma, troco de roupas, passo um perfume e com um sorriso no rosto e o peito estufado, eu vou.
Chego no bar, sou recebida por um abraço delicioso e uma taça de champagne. Compartilho com meu amigo a alegria que estou sentindo por poder sair de casa, em plena quarta-feira, sem ter que enfrentar caras feias e ataques de pelanca. Um brinde à minha solidão!
Fila desgraçada. Já entro na balada de mau-humor e sinto, levemente, o peso da “idade” nos meus ombros. Eu já fui mais paciente pra essas coisas.
Música ótima, como sempre, mulheres lindas pipocando por todos os lados, um copo de vodka com energético e, lentamente, meu mau-humor vai se desfazendo e eu vou curtindo meu momento.
Danço... Garota bonita! Acompanhada... damn it! Outra, outra garota bonita. Ignorada... Fuck!
De repente me dou conta de que eu não consigo evitar o desejo de ter alguém perto de mim, de beijar na boca e dançar grudadinha como os casaizinhos que me cercam. Passo a morrer de inveja dos solteiros que estão lá com seus amigos sem pensar em nada. Danço, danço mais um pouco, tento me concentrar em mim mesma. Não, não é tão fácil quanto parece. Nunca fiquei sozinha, é a minha primeira vez solteira nesta indústria vital, desde os 11 anos (!) eu engato um namoro atrás do outro. Não, eu não gostava nenhum pouco disso, sempre quis ficar só comigo, só o que eu preciso é de treino, paciência, e... Não, eu não precisava estar vendo isso... minha ex “teenager”, linda, linda como sempre, bitch! Todos os meus amigos viram essa vaca me trair. Ok, ok, ela está na idade de curtir... O quê? Ela está ficando com a ex dela? Aquela que ela dizia que só fazia ela sofrer e atirava cocô pela janela? Gosh, eu não devo valer nada mesmo!
E sinto a noite desmoronar. A felicidade e as tentativas de me apaixonar por mim mesma se esvaírem por entre a fumaça, a música, as garotas e a “ex com a ex”. Percebo-me “levemente embriagada”, desabafando com uma desconhecida, sobre as dores de se ser ignorada por alguém com quem você compartilhou a cama.
Sinto-me ridícula, patética, imatura, despreparada.
Abraço meu amigo, agradeço pela noite e volto pra minha casinha, onde, pelo menos a solidão, me oferece sua fiel companhia.

8 comentários:

Miss Cookie disse...

texto enorme e horroroso... mas desabafos não se medem, né? =P

Anônimo disse...

Ler seus desabafos desmedidos me fez respirar aliviada ao concluir que não sou o unico ser-humano na terra...rs

Frase de amigo de boteco:
"Vai passar...."

..ok! Na verdade é "bebe que passa..."...rs

=P

Anônimo disse...

"Sinto-me ridícula, patética, imatura, despreparada".
VOcê é telepata, por acaso?

Anônimo disse...

oi....
sabe q adorei teu blog??!!

e como diz uma amiga minha: solidão é boa qdo é opçao. e pelo q percebi, a tua é opçao. Nao deixe q alguém destrua sua noite, seu dia, sua vida!

beijos e boa terça!

Anônimo disse...

voltei para dizer q t linkei!!!

boa quarta!

beijoss

Anônimo disse...

Brigada pelo link, M. Cookie!
Meu blog é um amontoado de coisas que tem me apresentado pessoas fantásticas!
Enfim, arigatô pelos comentários tb!
Beijão!
Um ótimo findi!

Dani disse...

OI, adorei seu blog! Com certeza você também está linkada! Gostei muito do jeitode você escreve! E solidão as vezes é bom... Mas enjoa! Estarei sempre por aqui!Beijo

Lela disse...

OI
amei teu blog...tbm estou tentando encarar a solidao, mas por minha opção e ta dificl viu? mas tdas nós vamos conseguir
posso linkar teu blog?
bjus